Em Curitiba, luta pela liberdade mobiliza multidão

Cerca de 10 mil pessoas de todos os cantos do Brasil estiveram em Curitiba para protestar contra a prisão política do ex-presidente Lula

 

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Fernando Haddad e esposa, Ana Haddad, vão à manifestação pela liberdade de Lula.

Por Kelen Alves, Julyara Costa e Fernanda de Almeida
Fotos Elaine Cristiane Machado, Daniel Oliveira e Gustavo Oliveira
Da Página do MST

A Jornada de luta Lula Livre começou neste fim de semana e reúne vários movimentos sociais, partidos políticos, organizações sindicais e simpatizantes, em um movimento político de defesa do ex presidente Lula, condenado há um ano sem provas pelo poder judiciário brasileiro.  

Em Curitiba, a atividade iniciou por volta das 8h no terminal Boa Vista, com uma marcha que prosseguiu até a vigília Lula Livre, no Bairro Santa Cândida, em frente à Polícia Federal, onde Lula e mantido preso. Segundo Ceris Hadich, da Direção Nacional do MST, pelo Paraná, “São 365 dias de uma prisão arbitraria, estão todos e todas nessa mesma busca de denunciar e de lutar pela liberdade presidente Lula”.

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Passeata em Curitiba mobilizou mais de 10 mil pessoas de todo o país.

João Pedro Stédile, da direção nacional do MST, destacou a importância do engajamento de todos e todas para a criação de comitês por todo o país. “Organize um comitê Lula Livre na sua cidade, no seu sindicato, na sua escola e no seu assentamento. Converse com as pessoas, explique o porquê que Lula está preso. Ttemos que seguir firmes na luta”, afirmou.

O domingo foi marcado pela indignação do povo brasileiro, por conta de ser uma prisão injusta e sem provas. “Já que não deixaram ele ser nosso presidente, então lutaremos com unhas e dentes para termos nossos direitos e ele em nosso lado novamente” relatou Vilsom Santin, integrante do MST em Santa Catarina durante o ato.

Logo após a marcha, ocorreu o “Bom dia presidente Lula”, ato repleto de atividades culturais com músicas e poesias. Em seguida, estiveram presentes a deputada e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e o candidato à presidência, Fernando Haddad, além de dezenas de outros parlamentares e integrantes de movimento sociais e sindicais.

Cerca de 700 militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) participam do ato. Eles vieram de acampamentos e assentamentos de todas as regiões do Paraná e também de outros estados.

No decorrer do dia, a programação contou com apresentações culturais dos artistas Guego Favetti, João Bello, Elian Woidello, Coletivo Resistência com intervenção poética, Luciana Worms, Rogéria Holtz, Laís Mann e Eduardo Ramos, Zé Pinto e Ana Cañas.

Luta pela Reforma Agrária e diálogo com a cidade

A Jornada de Lutas continua até quarta-feira na capital paranaense. Entre hoje e amanhã (8 e 9), o Movimento apresentará uma pauta de reivindicações ao órgãos públicos. Todos os anos no mês de abril este ato faz referência ao massacre ocorrido em Eldorado dos Carajás, no Pará, em 1996, quando 21 trabalhadores Sem Terra foram assassinados pela Polícia Militar.

As demandas da reforma agrária serão entregues ao Incra e às secretarias estaduais da Educação e de Desenvolvimento Urbano, e as principais reivindicações são pelo assentamentos das cerca de 100 ocupações que existem atualmente no Paraná, além do avanço no desenvolvimento dos 330 assentamentos do estado. Na tarde de terça-feira (9), haverá uma mobilização no Centro da capital contra a proposta de reforma da previdência proposta pelo governo Bolsonaro.

Além da agenda de reivindicações, os militantes do Movimento farão mutirões de solidariedade, com doação de alimentos e doação de sangue. Uma das ações será na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), na comunidade 29 de Março, que sofreu um incêndio criminoso em dezembro de 2018. Outro local que receberá uma das ações será o Centro de Educação Infantil Maria Casseta, no bairro de Uberaba, com plantio de árvores e apoio na manutenção de uma horta. As doações de sangue serão no Instituto de Hematologia e Hemoterapia e no Hemepar.

As ações têm como objetivo fortalecer o Congresso do Povo, uma proposta de saída popular para crise pela qual o Brasil passa. Em meio ao cenário de fragilização da democracia, de crise econômica e política, essa iniciativa busca promover junto à população processos de organização, formação e mobilização. A iniciativa do Congresso do Povo é da Frente Brasil Popular, que reúne cerca de 80 entidades nacionais, entre elas o MST. O Movimento realiza ações permanentes nos marcos do Congresso em Curitiba e em outros municípios do estado.

 

Editado por Fernanda Alcântara