Armazém do Campo-SP realiza atividade em defesa da IV Feira Nacional da Reforma Agrária

A feira, que aconteceria entre os dias 2 e 4 de maio, foi adiada para a primeira semana de agosto

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Dá Página do MST 

 

No último dia (15), o Armazém do Campo – SP realizou o &”39;Almoço da Resistência em defesa da IV Feira Nacional da Reforma Agrária&”39;.

O evento que contou com apoiadores do MST, jornalistas, artistas, representantes de partidos políticos e movimentos populares teve o objetivo de reafirmar a luta do MST pela realização da Reforma Agrária e pelo direito à produção de alimentos saudáveis em um momento em que o Governo do Estado de São Paulo na figura do então governador João Doria (PSDB) tenta inviabilizar a Feira Nacional da Reforma Agrária. 

Entenda 

A feira anual da Reforma Agrária, que aconteceria entre os dias 2 e 4 de maio, foi adiada para a primeira semana de agosto, com local ainda a definir, em razão da não liberação do Parque da Água Branca, na Zona Oeste da capital paulista.

A feira não foi autorizada pelo governo de João Dória sob a justificativa de que a estrutura do parque não comporta o evento. 

Diante da negativa diversas mobilizações têm sido feitas, em especial pela sociedade civil, para garantir a realização da feira. 

Para Ademar Ludwig, coordenador da Rede Armazém do Campo, esse apoio ficou evidente durante o almoço realizado no Armazém. 

“A mobilização vista entorno da realização da IV Feira Nacional da Reforma Agrária é um prova de que a população paulista apoia e quer a produção de alimentos saudáveis. Somente a cidade de São Paulo consome 110 toneladas de agrotóxico por ano. Junte-se a isso a liberação quase que diária de novos pesticidas pelo governo e temos esse cenário. Isso nada mais é do que a ganância à frente da saúde da população. A luta do MST e de todos que abraçam a Feira Nacional é para quebrar essa lógica de que coloca em risco a saúde das pessoas em detrimento do lucro e da exploração”, diz.

Na mesma linha, o crítico gastronômico Julio Bernardes, mais conhecido como JB, que além de participar do evento cozinhou um arroz carreteiro, reiterou a importância da agricultura familiar e da resistência .  

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“Trabalhar com ingredientes de agricultura familiar e transformá-los em bons produtos é de uma honra sem tamanho pra mim, especialmente se os produtos forem vendidos por um preço acessível e servirem como instrumento de campanha de divulgação da Feira da Reforma Agrária, que hoje é indispensável para a sociedade como um todo. Apesar da má vontade do governador, que até agora insiste em boicotá-la, ao não liberar o Parque da Água Branca para sua realização. A revolução passa pela boa comida orgânica, sem agrotóxicos e à margem do lobby da indústria alimentícia. Que haja mais almoços assim e que nossas vozes sejam alcançadas, para cada agressão recebida, para cada arma apontada para nossas cabeças, responderemos com sorrisos, árduo trabalho e a boa mesa”, concluiu. 

Para o jornalista José Trajano esse é o momento de nos unirmos e nos mobilizarmos em prol em defesa das Reforma Agrária e da agroecologia. 

“Não podemos soltar as mãos de ninguém agora. Por isso, que bom que existem espaços como esse na cidade de São Paulo, em que pessoas solidárias se reúnem para reafirmar suas posições e  suas disposições de luta e resistência”, finalizou. 

As mobilizações ao redor da liberação do Parque da Água Branca seguem em toda a cidade, as redes um abaixo-assinado já soma mais de 20 mil assinaturas, na tarde de ontem integrantes do MST realizaram um ato nas dependências do parque para  pressionar o governador Doria a rever o veto.