Durante Greve Geral, MST ocupa três latifúndios na Bahia

Além dos latifúndios, o MST realizou 18 bloqueios de BRs e BAs, que junto à Frente Brasil Popular mobilizaram mais de 13 mil pessoa por todo o estado

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Por Rarielle Rodrigues
Da Página do MST  

 
Na madrugada desta sexta-feira (14), o integrantes do MST realizaram três ocupações no estado da Bahia. As atividades foram realizadas por 480 famílias, na região da Chapada Diamantina e no Baixo Sul daestado. 

“Ocupamos os latifúndios para denunciar a concentração de terra que contribui com a desigualdade social do país. Ocupar é um direito, é assim que exigimos que o Estado brasileiro faça a Reforma Agrária Popular”, disse Lucineia Duraes, da direção nacional do MST que aponta a Reforma Agraria Popular como a saída para a crescente de desigualdade social no país.

 

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Ocupações 

A Fazenda São Cosme, no Orojó, distrito de Camamu, no Baixo Sul baiano foi o primeiro latifúndio ocupado. A área abandonada possui 160 hectares e foi ocupada por 150 famílias que pretendem fazer com que a terra cumpra o seu papel social com a produção de alimentos saudáveis.

Já no município de Boa Vista do Tupim, na Chapada Diamantina, aconteceu a retomada do acampamento Mãe Terra, que sofreu um despejo após oito anos em negociação. A ocupação contou com cerce de 160 famílias. 

Na fazenda Iracema, localizada em Iramaia, a área de 2243 hectares foi reocupada com cerca de 150 famílias.
Para Jeanderson Souza, articulador politico do MST no Baixo Sul da Bahia: “A atual conjuntura de retrocesso para a classe trabalhadora, faz a luta por soberania mais do que necessária no país”. Ainda segundo ele: “Uma das principais bandeiras de luta do MST continua sendo a repartida da terra como forma de reparação para as famílias que tem no campo a única forma sobrevivência”.
Atualmente o estado da Bahia tem a segunda maior taxa de desempregados do país. 18,3% da população baiana não tem um trabalho formal para garantir o sustento da família, isso faz com que a taxa de pobreza cresça de maneira vertiginosa em todo estado. Por isso, garantir que a população tenha um pedaço de terra para produzir e se alimentar  torna-se essencial, com isso garantimos o direito a coisas básicas que vem sendo negadas por nos ao estado, como alimento, educação, saúde, segurança e cultura. 
Não existe outro método, que não seja a ocupação dos latifúndios improdutivos. A partir de hoje, dezenas de pessoas do município de Camamu, assim como de outros municípios da Bahia, deixarão de escolher entre pagar aluguel ou comprar o que comer”, finaliza Souza.
 
Além dos latifúndios, o MST realizou 18 bloqueios de BRs e BAs, que junto à  Frente Brasil Popular mobilizaram  mais de 13 mil pessoa por todo o estado.