MST repudia política de segurança pública governo Witzel

Ágatha Félix, de 8 anos, foi assassinada durante uma operação policial no Complexo do Alemão
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Ágatha Félix, 8 anos – Arquivo familiar

 

Da Página do MST 

Nesta sexta-feira (20), a morte de uma criança, durante uma operação policial no Complexo do Alemão, voltou a despertar indignação e revolta no Rio de Janeiro.

Ágatha Félix, de 8 anos, foi assassinada em uma operação policial após ser baleada nas costas. A menina estava dentro de uma Kombi junto com a mãe e voltava para casa na comunidade da Fazendinha, na sexta-feira à noite. A criança que chegou a ser levada às pressas para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, não resistiu ao ferimento e faleceu. Ela foi a quinta criança vítima de “bala perdida” este ano ao ser atingida por tiro de fuzil. 

É notório que a política de segurança do estado do Rio de Janeiro é uma política de morte racista e genocida, sobretudo da população negra e do povo periférico. A cada dia que passa, tanto o governo estadual, quanto nacional, consolida a licença para matar pobres, favelados, sem terra…

Diante disso, o MST vem a público afirmar que é preciso urgentemente encerrar esse derramamento de sangue de trabalhadores e trabalhadoras e o responsáveis devidamente punidos por esse massacre. O Movimento também se solidariza com a dor da família da pequena Ágatha, bem como com todas as famílias que diariamente tem sofrido com essa política de morte. Esse tipo de política pública não pode parecer natural e precisa ser enfrentada.

Acompanhe a nota abaixo. 

O sangue no Rio de Janeiro não para de jorrar. Agatha Vitória, 8, foi morta pelas costas com tiros de fuzil, na noite desta sexta-feira (20), quando voltava para casa com a mãe.

Ágatha é mais uma vítima da política de genocídio encampada contra o povo favelado pelo governador Wilson Witzel (PSC) que autoriza – por meio de seu discurso – a licença para matar nas comunidades do Rio. Essa política de morte  é também  defendida e executada pelo governo Bolsonaro. O que torna muito significativo as instituições comprometidas com os direitos humanos e sociais serem desmobilizadas pela atual gestão. 

O governador Witzel, como comandante das polícias civil e militar, já tem como legado o recorde de mortes pelo Estado. Somente em 2019 são 1.249 pessoas mortas pela polícia, um recorde histórico, 40% do total de mortes na cidade do Rio e 30% no estado, segundo a Rede de Observatórios de Segurança.

Nessas operações destacam-se o uso de helicópteros em que policiais atiram aleatoriamente aterrorizando ainda mais a população. Essas operações acontecem em horário escolar expondo as vidas das crianças e adolescentes. Resta às famílias a bárbara tarefa de contar os corpos quando a operação acaba. Corpos do povo trabalhador, de jovens e crianças, majoritariamente corpos negros.

Diante de tamanha barbaridade, o MST também se solidariza com a dor da família da pequena Ágatha, bem como com todas as famílias que diariamente tem sofrido com essa política de morte falida que o governador Witzel tenta justificar dizendo que se trata de guerra ao tráfico, mas que na prática tem sido de guerra ao povo pobre, negro e favelado. Esse tipo de política pública não pode parecer natural e precisa ser enfrentada.

É que preciso que essa política genocida seja interrompida. O governador não só deve parar imediatamente de derramar sangue dos trabalhadores e trabalhadoras, como deve responder por todo o massacre já causado!

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST)