América Latina está no epicentro da luta popular contra o neoliberalismo

"Contradições do sistema capitalista estão provocando uma onda de explosão social" reflete Joaquín Piñero
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Mobilizações populares pedem saída de governantes antes do tempo, como é o caso do presidente do Equador, Lenin Moreno / Martin Bernetti / AFP

Por Joaquín Piñero
Do Brasil de Fato

Depois da celebrada e pomposa lua de mel do neoliberalismo com a burguesia local aliada do capital financeiro internacional aqui no continente americano, recentemente começamos a perceber sérios problemas para esse casamento se consolidar. As contradições inerentes ao sistema capitalista, sua crise sistêmica e a incapacidade desse modelo de resolver os problemas do povo são ingrediente que estão provocando uma onda de explosão social principalmente nos países da América Latina e Caribe.
 

A chegada ao poder de governantes de direita e extrema direita, seja pela via do voto ou através de golpes de estado ou parlamentares, que anunciaram aos quatro ventos que a saída para resolver os graves problemas sociais que assolam os países da região era a aplicação de um conjuntos de medidas neoliberais, aliadas à uma aproximação estratégica quase carnal com os Estados Unidos (EUA), mais uma vez se mostrou ineficaz para aqueles que ainda acreditavam nesse conto.
 

Com exceção de Cuba, Venezuela e Bolívia, que resistem bravamente aos ataques imperialista orquestrados pelos EUA, e o México que depois de algum tempo, ressurge com políticas de cunho mais progressistas, os demais países desse continente vêem a cada dia, aumentar as mobilizações populares nas ruas e seus governantes perdendo apoios importantes e muitos deles em vias de serem expurgados de seus cargos antes do tempo, como é o caso do presidente do Equador, Lenin Moreno.
 

Assim como no final dos anos 90 e início dos anos 2000, a fome, a pobreza, o desemprego, as desigualdades sociais regadas a banhos de sangue da violência do estado contra os povos e lideranças dos movimentos populares que culminaram com a organização da resistência popular e a derrubada de governos, hoje a história parece se encaminhar para esse mesmo desfecho.
 

O povo na rua, mobilizado e consciente de sua luta em defesa de seus direitos é a expressão mais contundente de que a luta de classes é a chama que não se apaga e se anuncia como um novo ciclo nesse continente rebelde.
 

À luta!
 

Edição: Vivian Virissimo/ Brasil de Fato