MST protesta contra descaso do governo federal que vem causando mortes na BR 101

Famílias Sem Terra e população local reivindicam melhorias na rodovia, descaso do poder público já causou diversos acidentes e muitas mortes
Foto: Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Por Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Na manhã desta terça-feira (03), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ( MST) começou o dia realizando um protesto no trecho 370 da BR 101, localizada na cidade de Wenceslau Guimarães, no Baixo Sul da Bahia. A via foi interditada pelo MST junto à população da cidade.

O protesto é por uma reivindicação que se estende desde 2010, quando o MST fez um pedido junto ao Departamento Nacional de Infraestruturas de Transportes (DNIT), para a construção de dois quebra-molas, radares ou redutores de velocidade, pois o trecho tem um nível altíssimo de periculosidade.

Antes de 2010 outras manifestações já tinham sido feitas com o mesmo propósito, reivindicando segurança social. O trecho tem sido palco de várias tragédias, vidas tem sido ceifadas e muitas dessas vítimas são do  assentamento Ernesto Che Guevara.

São muitas as pessoas que sofreram ferimentos graves em acidentes nesse trecho, com mais de 10 pessoas que entraram para a estatística de acidentados do local nesta última década.

O caso mais recente foi do Sem Terrinha Kelvim, que no último dia 25 sofreu um grave acidente no trecho 370 da BR 101.

Até o momento, o órgão competente não se posicionou sobre a petição das famílias, sendo omisso com sua responsabilidade de evitar que vidas inocentes sejam ceifadas.

Para Jeanderson Souza, dirigente estadual do MST na Bahia, o protesto tem por objetivo pressionar o DNIT para a implantação de dois quebra-molas ou radares nesta localidade. “Estamos à cerca de 15 anos lutando por esta pauta e definimos que não aceitaremos mais morrer por este descaso”. 

“Somos nós que estamos morrendo, são os nossos que os carros estão matando e ver o governo calado se eximindo da sua responsabilidade, se fazendo de surdo diante de cada grito de lamento dos familiares”.

Hoje o MST abriu uma trincheira na BR e sinalizou, no intuito de alertar os condutores, que “nós existimos e não permitiremos ser mortos pelo governo”, conclui Souza.

Outros protestos já foram feito no local, as famílias afirmam que continuaram fazendo “até que se tenha uma posição do governo federal, até que sejam tomadas as devidas providências para que haja uma sinalização no trecho”.

“Até quando sofreremos calados, até quando iremos ser vítimas?” É a pergunta que ecoa nos gritos das famílias que perderam entes queridos e da população de Wenceslau Guimarães.

*Editado por Yuri Simeon