Arraiá da Reforma Agrária se reinventa em ano de pandemia

As tão esperadas festas juninas estão sendo comemoradas de forma diferente, por conta dos riscos de contágio do novo coronavírus
Arraiá da Reforma Agrária. Foto: Eriuz Tiaraju (Acervo MST-CE)

Por Lays Furtado, do MST-PE
Da Página do MST

O balancê dos Arraiás da Reforma Agrária, tão tradicionais para nosso povo camponês, não terá quadrilha e muitos nem fogueira, para evitar aglomerações. Mas o espírito das festividades está à tona na ornamentação de bandeirolas e balões decorativos, no preparo das comidas típicas, em saudação à chegada do inverno e em homenagens aos santos padroeiros.

Embora tal tradição de origem pagã seja antiga, desde o século XVII na Europa, em celebração da chegada do verão no hemisfério norte, a mesma acabou se consolidando ao longo do tempo, sincretizada com o cristianismo, em comemorações de salvaguarda de santos populares – Santo Antônio, São João e São Pedro – que angariaram fiéis com a chegada dos jesuítas no Brasil.

Na reinvenção dessa festança tão popular, durante as recomendações de isolamento social, uma série de lives tem ocorrido com convidados/as, pra ninguém ficar parado em casa, com muito arrasta-pé. Se você perdeu ou quer mais, anota na agenda, que o próximo será transmitido dia 29 de junho, às 19h nas redes do MST, com participação de artistas de todo o nordeste.

Sem-Terrinha. Foto: PH Reinaux (Acervo MST-PE)

Lembrando que em cada região em nosso país, as festas juninas tomam caráteres singulares e multiculturais, desde o Maranhão, poderemos acompanhar, também pelas redes sociais, a oficina da dança cacuriá, que faz parte das festividades do Divino Espírito Santo, uma das tradições juninas locais. No nordeste, em geral, os festejos juninos sempre estiveram muito presentes e marcam momentos repletos de alegria, com a fartura das colheitas e com a garantia de diversão para todas as idades, com muita música, dança, brincadeiras, anedotas e simpatias.

Em acampamentos e assentamentos onde não há conexão de internet ou faltam dispositivos de acesso à mesma, a mística junina se mantém de forma intimista, vivenciada em família, onde a prioridade tem sido manter os cuidados necessários durante a quarentena, que tem sido muito produtiva em benefício da população do campo e das cidades.

Preparativos do Arraiá durante a quarentena. Foto: Coletivo de Comunicação do MST-BA

Além disso, também será compartilhado uma série de receitas típicas que tomam nossas mesas nesse período, enviadas de todas as partes do nordeste com os produtos da Reforma Agrária, aproveitando a colheita do milho, que já está sendo posta em bolo, pipoca, curau, pamonha, entre outros quitutes deliciosos pra abastecer nossos corpos e aquecer nossos corações neste inverno. Acompanhe nossas redes e simbora nesse balancê!

*Editado por Luciana G. Console