De forma poética, radioteatro explica o Plano Emergencial da Reforma Agrária

Confira a produção da Frente Rádio sobre solidariedade e medidas do Plano Emergencial da Reforma Agrária

Por Fernanda Alcântara
Da Página do MST

Neste período de quarentena, o Movimento dos Sem Terra tem trazido uma série de medidas para promover trabalho, alimentação, moradia e vida digna para o pais. Esta é a base do Plano Emergencial de Reforma Agrária e, diante do desafio de apresentar o documento em diversos formatos, foi lançado esta semana a radioteatro Nossas Ideias, Nossas Lutas.

Durante esta semana, o público pode acompanhar os cinco episódios que mostra a intencionalidade do Plano Emergencial, construção do Movimento Sem Terra para a sociedade brasileira dentro da conjuntura da pandemia. O resultado final é um trabalho conjunto da Frente Palavras Rebeldes, frente de literatura diretamente ligada ao Setor de Cultura do MST, com a Frente de Rádio.

“A rádio teatro é uma forma lúdica, popular e que chama a atenção das pessoas. O desafio é transformar um documento político em linguagem artística, acessível, que estabeleça um diálogo direto com nosso povo e também com quem mora na cidade”, afirmou Révero Ribeiro, do Setor de Cultura do Movimento.

Camila Bonassa, da Frente de Rádios do MST, reforça que a busca por novos formatos é um desafio constante. “Já havíamos feito a radionovela da Rosa Luxemburgo, em parceria com o Brasil de Fato, e para o lançamento do Plano Emergencial construímos um “Bom dia companheirada” nesse formato de radioteatro. Era um episódio só, mas percebemos que teve um retorno muito interessante”, afirmou Bonassa.

Inclusão

Nossas Ideias, Nossas Lutas traz o diferencial de falar do cotidiano das pessoas, lembra Bonassa. “Muita gente do movimento se enxergam nesses personagens que aparecem nesse rádioteatro. Cada ato tem um núcleo de personagens que dialoga sobre cada eixo do plano” .

É o caso de Paulo Henrique da Silva Leonardo, pedagogo com deficiência visual. Militante do Levante Popular da Juventude e da Consulta Popular, Paulo ressaltou a importância de esclarecer de forma inclusiva o Plano Emergencial da Reforma Agrária.

“É uma forma simples e intimista de esclarecer o Plano Emergencial.
O vocabulário das pessoas, o texto fácil de entendimento, o som dos passarinhos, das pessoas andando e do martelo trabalhando… Fiquei profundamente contemplado! Fizeram uma ação muito positiva e assertiva!”, declarou Paulo.

Révero Ribeiro ressaltou a perspectiva cultural como dimensão fundamental para a formação humana. “No Coletivo Nacional de Cultura falamos muito do processo de enraizamento da cultura em todos os espaços do MST. Desta forma, apresentar o Plano Emergencial através de um texto teatral, de um cordel, de uma música ou um desenho está alinhado a essa linha política.”

“Através deste processo também podemos experimentar, exercitar e aprender mais sobre a produção em áudio e trabalhar com militantes de diferentes frentes do coletivo de cultura, regiões do país e até de outro movimento, no caso o MAM – Movimento pela Soberania Popular na Mineração. Tudo sem sair de casa.”, concluiu Ribeiro.

Confira o Nossas Ideias, Nossas Lutas

O radioteatro “Nossas ideias, nossa luta” é apresentado em quatro atos, seguindo o cotidiano das famílias do acampamento Semeadores da Esperança. A partir dos assentados, vamos conhecendo em detalhes as propostas do Plano Emergencial de Reforma Agrária Popular, cada ato com um tema diferente. Ouça aqui a apresentação:

O acampamento Semeadores de Esperança é formado por 120 famílias que estão na luta por um pedaço de chão. Já sofreram despejo, reocuparam, trocaram de lugar, famílias desistiram e outras vieram acampar também. Neste 1º Ato, a gente acompanha o diálogo entre Joana e Zeca sobre terra e trabalho.

No 2º Ato, vamos acompanhar uma prosa sobre a produção de alimentos saudáveis e a organização de uma atividade que as famílias vão organizar na cidade.

Neste 3º Ato, um núcleo do acampamento Semeadores da Esperança enfrenta um problema com a água. Ao pensar formas de resolver, Joana e Zeca conversam também sobre como proteger a natureza, a água e a biodiversidade.

No 4º Ato e último ato da radionovela, companheiros do acampamento Semeadores da Esperança presentam a proposta do Plano Emergencial sobre condições de vida digna no campo.