Ato político-cultural celebra o legado anti-imperialista de Che Guevara

MST, em parceria com Alba e outros movimentos, realiza o Ato Político-Cultural Che e a Luta Anti-imperialista; assista à transmissão

“A natureza do imperialismo é o que bestializa os homens”, dizia Che Guevara. Foto: Alberto Korda

Por Ludmilla Balduino
Da página do MST

Como parte das ações da Semana Internacional de Luta Anti-imperialista, o MST, em parceria com a Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA) e outros movimentos, organizações populares, artistas e personalidades internacionais, realizou na tarde desta última quinta-feira (8/10), o Ato Político-Cultural Che e a Luta Anti-imperialista.

Transmitido ao vivo através do Youtube e do Facebook do MST, o ato trouxe mensagens de esperança através de músicas, depoimentos, poesias e leituras de frases de grandes pensadores internacionalistas da história.

Judite Santos, do Coletivo de Relações Internacionais (CRI) do MST, participou da organização do ato político-cultural e conta que a luta anti-imperialista é uma necessidade do nosso tempo histórico. “Desde o início do século 20, como vimos no decorrer do ato, os países do terceiro mundo demonstraram, através dos processos revolucionários, a necessidade de lutar contra o inimigo comum mais poderoso da história da humanidade. Este inimigo é o imperialismo estadunidense e é nossa tarefa combatê-lo em todas as suas esferas, como fizeram os movimentos revolucionários de outrora. Lutar contra o imperialismo é, portanto, lutar pela emancipação humana.”

Apresentado por Isabel Gonçalves, militante da Consulta Popular e da Marcha Mundial das Mulheres (MMM), e Pablo Neri, militante do MST e da Vía Campesina, o Ato Político-cultural começou com a mensagem de Aleida Guevara, filha de Che Guevara, que também é médica como o pai, e uma das mulheres à frente da luta internacionalista em Cuba.

Foto: Divulgação MST

Em depoimento aos participantes do ato, Aleida falou sobre a importância de relembrar a ações de Che, constantemente baseadas na solidariedade: “É muito gratificante saber que vocês têm presentes os ideais de um homem como Che Guevara. É imprescindível que as ideias de Che sejam multiplicadas e praticadas”, disse ao público.

Os momentos que mais emocionaram os participantes do ato foram protagonizados pelas crianças cubanas. A primeira apresentação, da companhia de teatro infantil Abrakadabra, da cidade de Cienfuegos, foi o coral da música “Somos el Mundo”, uma versão em espanhol da canção “We are the World”. No segundo momento de participação das crianças, o grupo de teatro infantil La Colmenita, de Havana, recitou o poema “Canción antigua al Che Guevara”, escrito pela poetisa cubana Mirta Aguirre. 

O ato também contou com a participação de companheiras e companheiros que conviveram com Che durante a Revolução Cubana, como Josefina Romero, que falou sobre a visão que Che tinha sobre o papel da economia para fortalecer o povo durante o desenvolvimento do processo revolucionário cubano. Outros artistas, sociólogos e pensadores também deram seus depoimentos, como o sociólogo franco-brasileiro Michael Löwy, e os cantores Silvio Rodríguez, Gerardo Alfonso e Eduardo Sosa.

A pedagoga Lesbia Cánovas, uma das maiores referências na educação cubana, também falou sobre a influência de Che nas brigadas de educação em Cuba, e sobre o valor do trabalho voluntário, ao qual ele dedicou esforços logo no início da revolução.

Outro ponto alto do evento foi a participação especial do Quinteto Rebelde – o grupo de músicos que participou diretamente da revolução cubana, na Sierra Maestra. 

Entre os depoimentos, militantes do MST recitaram frases inspiradoras de líderes revolucionários, como a palestina Shadia Abu Ghazaleh, os anticolonialistas africanos Josina Machel e Amilcar Cabral, e de outras personalidades como Rosa Luxemburgo, Vladimir Lenin e Malcom X.

Depois do ato, Nivia Regina da Silva, representante política do MST em Cuba e coordenadora geral do evento, disse em entrevista ao site do MST que essa celebração cultural “nos deu a dimensão dessa consciência de que Che está vivo em todos nós: nas pessoas que lutaram ao lado dele e morreram, nas que lutaram ao lado dele e continuam vivas, nas juventudes brasileira e cubana, e nas crianças cubanas.”

Judite relembra uma célebre frase de Che: “Se você é capaz de tremer de indignação contra qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa, em qualquer parte do mundo, então somos companheiros”, e completa: “essa capacidade de indignar-se frente às injustiças nos une hoje em torno do legado de Che.”

Assista à transmissão do ato Che e a Luta Anti-imperialista na íntegra:

O que é a Semana Internacional de Luta Anti-Imperialista?

Uma resposta internacional à drástica deterioração das condições de vida da classe trabalhadora de todo o mundo, à destruição de nosso planeta promovida pelo modelo econômico do capital e à atuação das forças imperialistas nos territórios.

A Semana Internacional de Luta Anti-imperialista, realizada em confluência por movimentos de todo o mundo – entre eles, o MST -, é um momento de debates, exposições culturais e outras ações voltadas à exposição das agressões imperialistas no mundo, e tem como objetivo chamar os povos para que, juntos, possam encontrar soluções para acabar com a opressão imperialista disseminada por todo o planeta. Saiba mais: Jornadaantiimperialista.org

*Editado por Wesley Lima