Famílias da região centro-oeste do Paraná recebem 10 toneladas de alimentos de comunidades do MST

Ação faz parte do Natal da Reforma Agrária Popular e chegou aos municípios de Jardim Alegre, Campo Mourão e Rio Branco do Ivaí
Frutas e outros alimentos saudáveis produzidos nos assentamentos do MST foram doados em Rio Branco do Ivaí (Foto: Elvis Zavacki)

Por Setor de Comunicação do MST-PR
Da Página do MST

Como parte do Natal da Reforma Agrária Popular, assentamentos e acampamentos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) da região centro-oeste do Paraná doaram 10 toneladas de alimentos. As ações ocorreram entre os dias 19 e 21 de dezembro, e chegaram a famílias em situação de vulnerabilidade dos municípios de Rio Branco do Ivaí, Jardim Alegre e Campo Mourão, localizados na bacia do Vale do Ivaí. 

Campanha de doação em Campo Mourão (PR) (Foto: arquivo MST)

A primeira ação ocorreu neste sábado, dia 19, em Rio Branco do Ivaí, a partir das doações de duas toneladas vindas das famílias do Assentamento Egídio Brunetto, no mesmo município. Os alimentos foram destinados a 70 famílias que enfrentam risco alimentar na periferia da cidade. Abacaxi, mandioca, pão, alface, banana estavam entre os alimentos partilhados. 

Em Campo Mourão, foram distribuídas frutas e outros alimentos agroecológicos (Foto: arquivo MST)

Em Jardim Alegre, os alimentos partilhados vieram do Assentamento 8 de Abril, localizado no mesmo município. No total, foram 5 toneladas de alimentos, entre legumes, tomates, tubérculos, grãos e 800 panificados, como pães e bolos produzidos pelo coletivo de mulheres da comunidade. 

Valdemar Batista da Silva, conhecido como Nego, camponês assentado na comunidade 8 de Abril, conta sobre o sentido da ação: “queremos mostrar a nossa solidariedade aos trabalhadores da cidade. Que neste momento difícil que estamos vivendo, essas famílias possam passar o Natal com um pouco mais de alimento na mesa”. 

No total, as familias da região centro-oeste do Paraná receberam 10 toneladas de alimentos; na foto, as cestas enviadas para o Jardim Alegre (Foto: arquivo MST)

Em Campo Mourão, 3 toneladas de alimentos foram doadas para famílias da Vila Guarujá e no Jardim Modelo, e também à Santa Casa de Campo Mourão, nesta segunda-feira (21). Os alimentos foram doados pelos assentamentos Santa Rita e Marajó, de Peabiru; Roncador e Monte Alto e do acampamento Valdair Roque, ambos de Quinta do Sol. A ação teve apoio do Comitê de Apoio às Pessoas em Situação de Risco Social de Campo Mourão (Unespar), Casa Terra Coletiva, APP Sindicato, Pastoral da Criança da Paróquia São Francisco de Assis, Capela Nossa Sra. Aparecida (Vila Guarujá) e Associação de moradores do Jardim Modelo. 

Famílias recebem doações em Rio Branco do Ivaí (Foto: Elvis Zavacki)

Todas estas comunidades da região centro-oeste já haviam feito outras doações de alimentos durante a pandemia, e algumas delas cultivam hortas comunitárias para garantir a continuidade das ações solidárias. 

A mandioca colhida nos assentamentos foi enviada para as cestas de doações de Jardim Alegre (Foto: arquivo MST)

Com as doações realizadas até este dia 22 de dezembro, o MST do Paraná chegou à marca de 496 toneladas de alimentos partilhados em todo o estado e 36 mil marmitas distribuídas em Curitiba e região metropolitana. 

Protesto em forma de solidariedade, contra o governo Bolsonaro

Familias recebem doações em Rio Branco do Ivaí (Foto: Elvis Zavacki)

A mobilização das famílias Sem Terra é também um ato de protesto diante da piora das condições de vida do povo e a postura desumana do governo Bolsonaro. O fim do Auxílio Emergencial, o aumento do desemprego, e o sucateamento de políticas de fortalecimento da agricultura familiar e da produção de alimentos dão sinais de um período ainda mais difícil para a população pobre.

Até o final de outubro, mais de 13,8 milhões de pessoas estavam desempregadas, segundo dados do IBGE. Para além disso, o número de desalentados, aqueles que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho por ter perdido as esperanças de encontrar, chegou a 5,8 milhões de brasileiros, quase 1 milhão a mais que no trimestre anterior.

Em janeiro, a pobreza extrema deve atingir entre 10% e 15% da população brasileira, de acordo com projeção do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas. Com essa estimativa, serão 27,4 milhões de pessoas vivendo em extrema pobreza – o dobro do percentual registrado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no início de 2019.

*Editado por Ludmilla Balduino