Cebes presta solidariedade ao povo de Manaus

A entidade denuncia o descaso e a crueldade do governo de Jair Bolsonaro com a população brasileira durante a pandemia e cobra o afastamento imediato do presidente

Pontos de Luta (BH). Imagem: reprodução Cebes

Da Página do MST

O Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes) lançou nesta segunda-feira (18) nota de solidariedade e indignação ao povo de Manaus no Amazonas, em decorrência do colapso do sistema de saúde com falta de oxigênio para pacientes da covid-19 e outras enfermidades, ocorrido semana passada.

A entidade denuncia o descaso e a crueldade do Presidente Jair Bolsonaro com a população brasileira durante a pandemia, defende o afastamento imediato do presidente, o reestabelecimento da justiça social e da democracia no país. “É preciso gritar e não esquecer jamais que muitas vidas se foram em vão. Nunca vimos um governo tão desprezível, tão cruel e tão distante dos anseios da nação”, afirma a nota.

O documento também exige a extinção da Emenda Constitucional 95, que retirou recursos federais da Educação, do Sistema Único de Saúde (SUS) e da Seguridade Social, bem como a manutenção do auxílio emergencial enquanto durar a pandemia. “Quem defende a vida defende a ampliação dos recursos para o SUS. Quem defende a vida exige a manutenção do auxilio emergencial garantindo que o povo não seja também sacrificado com a fome que já chegou às famílias de milhões de brasileiros.”

Leia nota na íntegra:

O Brasil é Manaus. Chega de sofrimento, mortes e descaso!

18/01/2021 – O Cebes indignado manifesta sua solidariedade ao povo de Manaus e do Amazonas, que passa por trágica situação decorrente da inépcia dos governos federal e estadual no enfrentamento da Covid19. Todo esse sofrimento poderia ter sido evitado. Não faltaram avisos, propostas, alertas sobre o aumento dos casos e as limitações do sistema para lidar com esse aumento. Nunca passamos por situação similar, onde uma epidemia nos assola e nos vemos sós, à deriva, sem ar. É preciso gritar e não esquecer jamais que muitas vidas se foram em vão. Nunca vimos um governo tão desprezível, tão cruel e tão distante dos anseios da nação. A sucessão de atitudes do presidente Bolsonaro, que desde o início da epidemia desprezou a doença e tratou os doentes como fracos e ineptos, negou as medidas mais elementares de prevenção, adiou ou não cumpriu as medidas necessárias para preservar vidas e recomendou tratamentos não comprovados. Nunca antes tivemos três ministros em meio a uma epidemia, tendo finalmente assumido um general da ativa que declarou que nem ao menos conhecia o SUS. Nunca antes o Ministério da Saúde teve um quadro de dirigentes alienados da saúde e do SUS, constituído por militares que engordam seus salários às custas de uma gestão pífia e incompetente. Bolsonaro vai passar e a sociedade já se organiza e reivindica sua saída, para evitar que ele use o Estado e os recursos da sociedade contra a população, como vem fazendo. E vamos retomar nossa dignidade e nosso país.

Mas é importante também alertar para as medidas que vêm sendo tomadas pelo governo e pelo Congresso Nacional, que comprometem o futuro da nossa saúde e do SUS. Não adianta políticos criticarem Bolsonaro e adotarem medidas que ameaçam a vida. Quem defende a vida não pode concordar com a manutenção da Emenda Constitucional 95, que retirou dinheiro federal da Educação, do SUS e da Seguridade Social. Quem defende a vida defende os recursos do povo brasileiro e a soberania nacional e é contra o roubo em curso representado pela venda da Petrobrás e do Pré-Sal, que dariam dinheiro para educação durante os próximos cinquenta anos. Quem defende a vida defende a ampliação dos recursos para o SUS. Quem defende a vida exige a manutenção do auxilio emergencial garantindo que o povo não seja também sacrificado com a fome que já chegou às famílias de milhões de brasileiros.

Sofremos um golpe em 2016 e seus articuladores estão aí, sugando os recursos nacionais. Prometeram melhorias na economia e na sociedade, e o que vemos é o país ladeira abaixo, com o aumento do desemprego, da fome e o desespero de milhares de famílias sem perspectiva. Fizeram a reforma trabalhista e a da previdência, que em nada melhorou a situação do país. Ao contrário, retirou direitos dos trabalhadores e aumentou seu sofrimento. Mas eles querem mais. Não param nunca! Não só Bolsonaro é contra a vida e o povo. São também aqueles (Guedes, Maia, Mourão, Alcolumbre) que todo dia repetem que precisamos ‘aprofundar as reformas’, ‘reduzir os gastos’ e para isso continuam vendendo, empobrecendo, tirando direitos e cortando dinheiro público da saúde, da educação, da previdência social, da assistência social, da habitação.

Aqueles que tramaram e tramam contra o povo precisam ser responsabilizados. É preciso parar a destruição! É preciso retomar o Brasil com justiça social e democracia !

Vidas importam! Fora Bolsonaro!

Nossos corações e mentes estão com Manaus! Exigimos ação do governo na proteção do povo brasileiro!

*Editado por Solange Engelmann