Lula no Nordeste

Carta aberta ao companheiro Lula

Carta encerra a agenda de Lula no Maranhão, em encontro com movimentos sociais que reforça a importância da resistência
Foto: Hannah Letícia / MST – MA

Da Página do MST

Em carta aberta entregue ao Lula pela dirigente estadual do MST, Gilvânia Ferreira, os movimentos sociais do Maranhão denunciam o avanço do agronegócio e da destruição ambiental, intensificada a partir da chegada do presidente Bolsonaro. A carta firma o compromisso na construção de uma frente ampla para a garantia de novos rumos para o país.

Confira abaixo a carta aberta para Lula, que encerra a agenda no Maranhão em encontro com movimentos sociais e reforça a importância da resistência, da união e luta em defesa da democracia e contra o fascismo no Brasil.

MOVIMENTOS SOCIAIS DO MARANHÃO

Foto: Hannah Letícia/ MST – MA

CARTA ABERTA AO COMPANHEIRO LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Prezado companheiro LULA,

Saudações esperançosas.

Nós, Movimentos Sociais organizados no campo e na cidade lhe desejamos boas-vindas ao nosso estado!

O Maranhão compõe esse imenso Brasil, e como maranhenses, nos orgulhamos de nossa vasta diversidade cultural, de nossas riquezas naturais e de sermos um povo trabalhador, formado pelas lutas. Resistimos a uma história marcada por conflitos, negação de direitos, que envolve a questão agrária, étnico racial, exploração do trabalho, e degradação ambiental, que resulta em uma imensa desigualdade que se reproduz e se amplia ancorada no elevado índice de concentração de terra, violência, e expropriação dos meios e condições de vidas das famílias camponesas, indígenas e quilombolas.

O avanço do agronegócio tem aumentado a concentração de riqueza, a destruição ambiental e a desigualdade social entre a população do estado. Os desafios enfrentados historicamente se intensificam ainda mais a partir do golpe de 2016, com o impeachment da presidenta Dilma e a chegada de Bolsonaro à presidência da República, cuja política de governo está voltada para o desmonte dos direitos trabalhistas e das poucas conquistas das políticas agrárias e ambientais, colocando a população maranhense, do campo e da cidade, numa situação ainda mais complexa e difícil para enfrentar a crise econômica, política, social e ambiental que estamos vivendo.

Diante dessa situação, reafirmamos nosso compromisso de seguir lutando em defesa das vidas. Continuaremos a luta por condições de existência digna no campo e na cidade, reconhecendo a importância da luta pela moradia, pela efetivação da Reforma Agrária, pelo reconhecimento dos territórios e dos direitos das comunidades tradicionais, a exemplo das populações indígenas, quilombolas, ribeirinhas e extrativistas.

Companheiro, reconhecemos tua trajetória de vida e de luta junto à classe trabalhadora, acreditamos na vitória, e esperamos a tua atuação sempre compromissada com a construção de um projeto de país para todos os brasileiros e brasileiras, que garanta a soberania, a pluralidade ética/racial e a democracia com base na participação popular.

Os poderosos poderão matar uma, duas ou mais rosas, mas jamais deterão a primavera dos povos” (Lula, 2018)

*Editado por Fernanda Alcântara