Denúncia

Folha de S. Paulo omite que experiência produtiva no Espírito Santo é do MST

Sem citar que área faz parte de projeto da Reforma Ágraria do MST, conteúdo exalta polo fruticultor

Por Fernanda Alcântara
Da Página do MST

Entre os municípios capixabas de Guaçuí e São José do Calçado, uma experiência liderada por mulheres do campo foi destaque em uma matéria veiculada no jornal Folha de S. Paulo. Entretanto, sem citar que a iniciativa é desenvolvida em uma área do MST e silenciando a luta do Movimento na região, a reportagem destaca, genericamente, o coletivo “As Camponesas” e o coletivo “Campesinas”. 

A matéria exalta a parceria entre os coletivos de assentados(as) e a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), a Embrapa Mandioca e Fruticultura e o Incaper (Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural), sem mencionar que a parceria se dá no contexto do assentamento Florestan Fernandes, conquistado na luta pela reforma agrária em 2003 pelo MST.

Licor agroecológico feitos pelo grupo “As Camponesas”. Foto: Acervo MST

Segundo a Coordenação Estadual do Espírito Santo, as mulheres ficaram decepcionadas com a reportagem, pois não destacou o MST como foi proposto pela repórter. Atualmente, o assentamento Florestan Fernandes é composto por 39 famílias e uma grande produção de café e frutas, com um grupo de agricultoras predominantemente de mulheres.

Entre as principais culturas do grupo de mulheres estão o abacaxizeiro, aceroleira, bananeira, cajazeiro anão, citros, goiabeira, gravioleira, mangueira, videira e abacateiro. A partir da demanda dos assentamentos por uma gestão coletiva proposta pelo MST, o grupo de mulheres “As Camponesas” atuam conjuntamente e trabalham na produção de geleias, doces e licores. “As Camponesas” existem há cerca de seis anos.

Atualmente, o MST tem no assentamento um projeto a partir do fundo capixaba de apoio à agricultura familiar de R$ 500 mil na agroindústria de polpas de frutas, e atualmente estima-se que deve produzir 1.200 toneladas de frutas por ano, além de articular um projeto ligado ao FINAPOP via uma agência de crédito de R$ 50 mil.

Em maio do ano passado, as famílias Sem Terra do assentamento Florestan Fernandes realizaram a doação de 50 cestas de alimentos para famílias da cidade. Junto ao CRAS, foi doada mais de 1 tonelada de alimentos produzidos pelo assentamento, a partir da campanha Sem Terra Cultivando Solidariedade.

Conheça mais sobre o grupo de mulheres do MST e a agroindústria no Espírito Santo.