Violência no Campo

Documentário denuncia violência contra MST por grupos bolsonaristas na Bahia

"MST sob ataque: um dia na luta por terra no Brasil", feito pelo do Brasil de Fato, mostra os interesses por trás dos ataques ao MST
Homens fortemente armados fizeram reféns, depredaram casas e atearam fogo em dois ônibus que eram utilizados para o transporte de moradores e para levar crianças às escolas. Foto: MST/Bahia

Por Fernanda Alcântara
Da Página do MST

No dia 31 de outubro de 2021, cerca de 170 famílias que vivem no acampamento Fábio Henrique, em Prado, no extremo sul da Bahia, tiveram o estopim de uma onda de ataques de violência, terror e medo. Homens fortemente armados fizeram reféns, depredaram casas e atearam fogo em dois ônibus que eram utilizados para o transporte de moradores e para levar crianças às escolas.

O documentário “MST sob ataque: um dia na luta por terra no Brasil”, lançado pelo Brasil de Fato, mostra o que está por trás da violência deste grupo que vem espalhando o medo em terras de acampamentos do MST na Bahia.

O acampamento Fábio Henrique foi ocupado por 173 famílias no ano de 2008 e, desde então, as famílias trabalham na terra, produzindo alimentos saudáveis.

A invasão e truculência no acampamento aconteceu às vésperas da sessão do filme “Marighella”, que foi exibido no dia 6 de novembro na área e contou com a presença do diretor, Wagner Moura. Na época, Moura denunciou os ataques milicianos de bolsonaristas contra o MST na Bahia no programa Roda-Viva.

Depoimentos comoventes mostram como os assentados sofrem todos os dias com as ameaças com armas de fogo contra famílias inteiras. “Desta data para cá nunca mais retornei, eles estão lá acampados no meu lote, eles não deixaram que eu retirasse as minhas coisas lá de casa. Voltei lá com a polícia, e mesmo com a polícia não consegui retirar as coisas”, relata um dos assentados no documentário.

A reportagem mostra ainda as imagens da brutalidade e do ódio disseminadas por grupos bolsonaristas na região, que circulam livremente armados e prometem retornar com um poder de fogo ainda maior para expulsar as famílias do acampamento.

Quase quatro meses depois, ainda não há responsabilização direta para o ataque, embora um dos principais mandantes da ação tenha sido reconhecido por vítimas que estavam no dia do atentado.

Confira abaixo o documentário completo:

*Editado por Wesley Lima