Mulheres Sem Terra

Mulheres camponesas ocupam Estação Zootécnica do Extremo Sul da Bahia

Manifestação em prol da pesquisa denuncia a falta de incentivo a agricultura familiar
Ocupação teve como objetivo denunciar o descaso do governo federal com a pesquisa e com a ciência. Foto: Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Por Izelia Silva, do Coletivo de Comunicação do MST na Bahia
Da Página do MST

“O MST denuncia o descaso do governo federal aos espaços de pesquisa e a falta de apoio aos agricultores”. Esta é a frase estendida pelas mulheres Sem Terra na ocupação da Estação Zootécnica do Extremo Sul, em Itabela, no extremo sul da Bahia. A ocupação, que aconteceu nesta quarta-feira (02), deu início a Jornada de Luta das Mulheres Sem Terra no estado, que neste mês em que as lutas feministas se intensificam em todo o país. As mulheres Sem Terra tem como lema: “Terra, trabalho, direito de existir. Mulheres em luta, não vão sucumbir”.

Foto: Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

Organizada pelas trabalhadoras camponesas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST na Bahia, a ocupação teve como objetivo denunciar o descaso do governo federal com a pesquisa e com a ciência, tendo em vista que o espaço contribuiu durante muitos anos para os agricultores produtores de cacau da região.

Com muita animação de retornar às atividades presenciais, as mulheres Sem Terra entoaram gritos de luta e fizeram falas explicativas sobre a importância desta ocupação para o movimento. “Acreditamos na ciência e na pesquisa, para além da denúncia e também pedir a desapropriação de terra para trabalhadores e trabalhadoras que neste momento estão vivendo nas periferias, passando fome e necessidades, para que possam ter o direito de produzir o seu alimento”, diz Eliane Oliveira, da direção Estadual do MST na Bahia.

Foto: Coletivo de Comunicação do MST na Bahia

A ocupação segue no seu segundo dia, com cerca de 300 pessoas, entre elas crianças e idosos. A pauta é principalmente de denunciar, mas também pela desapropriação de terras na região. “A terra precisa cumprir o seu papel social, garantir a soberania alimentar e melhores condições de trabalho!”, conclui Oliveira.

A Jornada de lutas das Mulheres Sem Terra carrega consigo esse legado da denúncia, mas principalmente de protagonizar as mulheres na luta. “Mulheres que cuidam da casa, dos filhos, também fazem luta. Por esse motivo estamos aqui ocupando e reivindicando um olhar do governo federal para ciência, mas também para a desapropriação de terras, para que possamos colocar o pão em nossas mesas”, afirmou Rosa Peixoto, militante do MST.

*Editado por Fernanda Alcântara