Encontro Estadual

Encontro Estadual da Mulheres marca início da jornada das Mulheres Sem Terra no MS

“Pois as Sem Terra querem Terra, Trabalho, Direito de Existir com a certeza que Mulheres em Luta não vão Sucumbir!”
Encontro Estadual de Mulheres Sem Terra no Mato Grosso do Sul. Foto: Noemi Pacheco

Por Thainá Regina 
Da Página do MST

Com o lema “Terra, Trabalho, Direito de Existir: Mulheres em Luta Não Vão Sucumbir”, as mulheres sul-mato-grossense realizaram nos dias 5 e 6 o Encontro Estadual das Mulheres Sem Terra no estado. O encontro aconteceu no Centro de Formação e Pesquisa Geraldo Garcia (CEPEGE) com a participação de mais de 50 mulheres vindas das regionais centro, centro-sul, conesul, fronteira e pantaneira. No encontro também estavam presentes as companheiras amigas do MST e as companheiras indígenas Guarani Kaiowá. 

O encontro foi construído com o objetivo de fortalecer o Setor de Gênero no estado, debater sobre o papel das mulheres na campanha contra os agrotóxicos e entender a conjuntura, mas também um espaço para se reencontrar, fortalecer a luta e recarregar as energias umas com as outras. 

Atliliana Brunetto, da direção nacional do MST no Mato Grosso do Sul, contou como foi o processo de construção desse lindo encontro. “Com a análise da atual conjuntura, as mulheres Sem Terra do MS, a partir do seu grupo diretivo, colocaram a necessidade de construir espaço de formação para que possamos estudar nossa realidade desde nossos acampamentos e assentamentos e dos municípios onde estamos inseridos. Dessa forma foram convocadas mulheres Sem Terra de todas as regiões do estado, amigas e mulheres indígenas, para se organizar em um espaço de formação e luta”.

Encontro Estadual de Mulheres Sem Terra no Mato Grosso do Sul. Foto: Noemi Pacheco

Brunetto ressaltou também que, durante o encontro, foram feitos longos debates em torno da saúde das mulheres e sobre a quantidade de agrotóxico presente no ar, na água e na comida. “ O Mato Grosso do Sul é um estado do agronegócio e também é um dos estados mais violento com as mulheres no país. Estivemos reunidas, estudando e refletindo sobre nossa realidade e como incidir mais no aspecto formativo junto às áreas, foi feito um planejamento onde buscaremos fortalecer a produção de alimentos saudáveis, o plantio de arvores e agroecologia”. 

Um dos objetivos do espaço, além da formação, também foi o encontro e reencontro das mulheres Sem Terra, se animando e motivando juntas para seguir na luta por TERRA, TRABALHO E DIREITO DE EXISTIR

Brunetto conta como a mística esteve presente em todos os momentos: “Vivemos nossa ancestralidade na noite de fogueira, no banho de rio, na solidariedade com o Centro de Formação com o trabalho voluntário, nas místicas, nas prosas debaixo das frondosas mangueiras, choramos, sorrimos para logo mais nos encontrar novamente”.

Encontro Estadual de Mulheres Sem Terra no Mato Grosso do Sul. Foto: Noemi Pacheco

O diálogo seguiu sobre a questão indígena no estado do Mato Grosso do Sul, uma pauta que o MST entende como de todes. “O povo Guarany Kaiowá vem sofrendo diariamente a retirada de direitos, violência e diversos outros ataques do capital. Nesse sentido, a solidariedade entre povos é essencial, onde juntos avançamos e respondemos a esses ataques plantando alimentos saudáveis, reflorestando reservas e defendendo a vida”, complementou Atilian. “Finalizamos o encontro com muita energia e vontade de lutar! Atiliana relata como foi sentir umas às outras durante esses dois dias: “O Encontro nos proporcionou aquele olho no olho, até um abraço… Nossa!!! isso que nos fortalece pois somos sentimentos, amor e compromisso”. 

Ela também apresenta os encaminhamentos para o próximo período “Saímos do encontro já com compromisso de logo ali em junho nos encontrar novamente e vamos nos organizar para que aconteça, convidando e conquistando mais mulheres. Assim nossas tarefas são: realizar estudos nas nossas áreas, organizar viveiros, juntar com a juventude para organizar ações e conversar sobre a vida nas áreas que perpassa pelo tema da Violência Contra as Mulheres (muito preocupante) e produzir alimentos saudáveis para garantir a vidas e a natureza”. 

Para finalizar, Atiliana reafirma: “Pois as Sem Terra querem Terra, Trabalho, Direito de Existir com a certeza que Mulheres em Luta não vão Sucumbir!”. 

*Editado por Fernanda Alcântara