Homenagem

150 anos de Alexandra Kollontai: A nova mulher e a moral sexual em seu legado

Nascida há 150 anos, a contribuição da escritora foi fundamental na construção revolucionária da luta de classes e feminista internacional

Por Fernanda Alcântara*
Da Página do MST

Não se deve escrever somente para si mesma, mas para outros, escrever para aquelas mulheres distantes e desconhecidas que habitarão o futuro. Deixemos elas verem que não fomos heroínas ou heróis, mas que só cremos ardentemente e apaixonadamente, cremos em nossas metas, e as perseguimos. Algumas vezes fomos fortes, e outras vezes débeis, muito débeis.”

Alexandra Kollontain

Nascida há 150 anos, em 31 de março de 1872, na Rússia, Alexandra Kollontai foi uma mulher de luta socialista, feminista e internacionalista que viveu intensamente suas convicções de transformação societária em todas suas dimensões. Para ela, além da economia e da política, era necessária e urgente mudanças profundas que possibilitassem a emancipação feminina, desde as relações e o amor entre homens e mulheres, até mesmo a criação de condições objetivas para que a mulher pudesse superar as restritas funções domésticas, que historicamente lhe foram incumbidas.

Excelente oradora e conhecedora de várias línguas, Kollontai realizou agitação política e propaganda das ideias socialistas e feministas junto aos trabalhadores e trabalhadoras da Rússia, bem como em outros países. Na organização internacional da classe trabalhadora (a Internacional Socialista) combateu enfaticamente o chamado revisionismo do legado marxiano, e defendeu bravamente, junto a Rosa Luxemburgo e Clara Zetkin, a questão da libertação da mulher.

Sua trajetória demonstra que, a cada passo, uma luta revolucionária requer ousadia, constância, coerência, e um profundo sentimento de amor. Revolução e amor são as faces da emancipação humana.

Suas obras

Entre as obras de Kollontai, destacam-se A Situação da Classe Operária na Finlândia (1903);  A Luta de Classes (1906); Primeiro Almanaque Operário (1906); Base Social da Questão Feminina (1908); A Finlândia e o Socialismo (1907); Sociedade e Maternidade (1916); Quem Precisa da Guerra? (1915); A Classe Operária e a Nova Moral (sem data); Comunismo e Família (1918); A Nova Mulher (1918); A Moral Sexual (1921); Romance e Revolução (sem data); A Oposição Operária (1921). Entre os Romances, Contos e Novelas, destacamos: Um grande Amor; Amor Vermelho; Irmãs, e  O Amor de Três Gerações.

Em “Nova mulher e a moral sexual” , disponível para compra pela Editora Expressão Popular, dois textos refletem o aprendizado político e as conquistas da revolução na construção das novas relações de classe e gênero. Neles, Kollontai faz uma análise da situação da mulher na sociedade burguesa, comprimida por um código moral em que a propriedade privada era – e ainda é – prioridade, a ela tudo se sujeitando.

Na visão de Kollontai, a partir das conquistas da revolução, apresenta-se a necessidade da reorientação no comportamento do homem e da mulher, participantes da nova estrutura social que a revolução engendrou: um amor-companheiro, com direitos e responsabilidades iguais, com respeito à individualidade e, com apoio mútuo.

Serviço:

Nova mulher e a moral sexual
Autora: Alexandra Kollontai
Editora Expressão Popular
Disponível aqui

* Texto baseado em artigo de Ândrea Francine Batista: “Amor e revolução pela emancipação humana – Conheça o legado de Alexandra Kollontai para a luta da classe Trabalhadora

**Artigo originalmente publicado em 2021

***Editado por Solange Engelmann