Jornada de Lutas

Abril Vermelho do MST inicia jornada por “Terra, Teto e Pão”

Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária de 2022 acontece entre os dias 8 e 17 de abril, em memória aos 26 anos dos mártires de Eldorado do Carajás
Jornada em Defesa da Reforma Agrária deste ano terá ações por todo país e busca avançar nas lutas massivas no pós-pandemia. Foto: Wellington Lenon

Da Página do MST

Entre os dias 8 a 17 de abril, o MST mobiliza a “Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária: por Terra, Teto e Pão”, com o objetivo de avançar nas lutas massivas, a partir das ocupações de terras, produção de alimentos saudáveis, plantio de árvores e resistência ativa nos territórios, além da ampliação das ações de solidariedade, envolvendo o conjunto da base social do Movimento.

Este ano, a Jornada do Abril Vermelho tem como desafio a retomada massiva das ocupações de terras, após o período mais severo da pandemia da Covid-19, em que o Movimento teve como prioridade zelar pela vida das famílias Sem Terra, que se mantiveram resilientes em quarentena produtiva, dedicadas às ações solidárias contra a fome e mantendo os cuidados sanitários contra o avanço do Coronavírus nos territórios da Reforma Agrária Popular, conquistadas pelo MST.

Este ano a Jornada em Defesa da Reforma Agrária tem como desafio a retomada massiva das ocupações de terra, após o período de pandemia. Fotos: Wellington Lenon

Com o lema “Por Terra, Teto e Pão”, o MST reafirma seu compromisso político em ocupar os latifúndios improdutivos para que haja a democratização do acesso à terra para quem nela vive e trabalha, a fim de que a mesma cumpra seu papel social em meio a um Brasil tão desigual. Ao mesmo tempo, em que se dedica a forjar-se como instrumento de denúncia do modelo destrutivo levado à cabo pelo agronegócio, o agro-hidronegócio e a mineração. Os Sem Terra também ser posicionam e unem forças junto aos trabalhadores(as) da cidade frente a construção de um projeto popular para combater a fome, a carestia, o desemprego e o desgoverno.

“Nós, militantes da classe trabalhadora, temos uma certeza, que é a Reforma Agrária que vai acabar com a fome de mais de 20 milhões de pessoas. E é a distribuição da terra que vai permitir que nosso povo produza alimentos, e alimentos saudáveis”, afirma Antônio Pereira, dirigente nacional do MST.

Entre as diversas atividades programadas em todas as grandes regiões do país, se destacam tanto as ocupações de latifúndios, como as marchas, atos, debates, formações.

Card da Jornada de Abril 2022. Imagem: MST

No dia 17 de abril, Dia Internacional de Luta Camponesa e Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária, criado em 1997, será o dia “D” da jornada, com um conjunto de mobilizações nacionais de plantio massivo de árvores nas áreas ocupadas pelo povo Sem Terra em todo país, em memória ao 21 camaradas que tombaram na luta de Eldorado do Carajás, massacre que continua impune e completa 26 anos sem a responsabilização dos responsáveis e executores do crime.

O Massacre de Eldorado do Carajás, aconteceu na curva do “S”, no município de Eldorado dos Carajás (PA), em 17 de abril de 1996. O crime foi causado pela Polícia Militar do Pará, que cercou a mobilização dos Sem Terra na rodovia e atirou contra as pessoas no local, deixando um saldo de 21 trabalhadores mortos e outros 56 feridos e mutilados. Segundo a perícia, a localização dos tiros demonstrou assassinato premeditado de pelo menos sete vítimas.

O dia 17 será marcado pelo plantio massivo de árvores em homenagem aos Sem Terra que tombaram no Massacre de Eldorado do Carajás. Em 2021 os Sem Terra denunciaram os 25 anos de impunidade do massacre. Foto: MST BA

Diante disso, Antônio ressalta que a cada cerca rompida e cada ato do Abril Vermelho será dado o grito de liberdade dos Sem Terra em memória de seus mártires: “onde denunciamos também a impunidade do massacre do Eldorado dos Carajás, que marcou a história do país como o massacre da luta pela terra. Passaram 26 anos e a impunidade continua, mas estamos dando nosso grito de liberdade pelos nossos heróis da Reforma Agrária, ao qual dedicamos nenhum minuto de silêncio, mas uma vida inteira de lutas”.

*Editado por Solange Engelmann