Estiagem

700 camponeses e agricultores familiares ocupam a Secretaria da Fazenda no RS

Movimentos sociais da agricultura reivindicam ações concretas do poder público gaúcho para amenizar os impactos da estiagem
Ocupação no RS. Foto: Maiara Rauber

Por Maiara Rauber
Da Página do MST 

Após diversas mobilizações e conversas, sem ações concretas do poder público, na manhã desta quarta-feira, dia 04, aproximadamente 700 agricultores e camponeses vieram para Porto Alegre e ocuparam as dependências da Secretaria da Fazenda. O intuito dessa ação é reivindicar auxílio aos trabalhadores do campo que foram afetados pela seca no Rio Grande do Sul. 

Participam do ato militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), da União das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes), da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio Grande do Sul (Consea-RS), do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS). 

A pauta que reivindica o auxílio do governo aos que sofreram e ainda sofrem com os danos causados pela estiagem no estado gaúcho não é recente. As famílias agricultoras vêm sofrendo com essa problemática há mais de três anos seguidos.  Portanto, os agricultores seguem solicitando a liberação de um auxílio e de crédito emergencial que devem ser destinados para amenizar os impactos da seca no RS. 

Ocupação no RS. Foto: Maiara Raube

“Essa situação, certamente vai ficar na história do estado, pois o até então governador Eduardo Leite não fez nada de concreto para ajudar os camponeses e as camponesas. Por isso, mais uma vez estamos aqui na capital do Rio Grande do Sul para denunciar e anunciar o descaso que o governo teve com esse povo que é tão importante para o desenvolvimento do nosso estado”, pontua Ildo Pereira da Direção do MST pelo RS. 

Ele ainda reforça que a luta das famílias agricultoras e dos movimentos do campo estão fazendo, buscando amenizar as problemáticas enfrentadas no campo. Segundo Pereira, isso já está se estendendo para a sociedade em geral, como a falta de alimento na mesa do conjunto dos trabalhadores e trabalhadoras. 

O governo já havia anunciado que teria o auxílio e crédito emergencial, mas de  acordo com a Secretaria da Agricultura, ambos estão sob avaliação. O crédito emergencial se resume em um financiamento de até 20 mil reais com juro subsidiado pelo governo para a agricultura familiar. No entanto, não foram apresentadas informações concretas sobre isso, como número de famílias beneficiadas, e data de liberação desse crédito. 

Em relação ao auxílio emergencial, o retorno é o mesmo. Inicialmente, a proposta era beneficiar aproximadamente 100 mil famílias com o valor de até um salário mínimo. Mas segundo a Secretária de Agricultura os dados específicos desse auxílio estão sendo avaliados.

*Editado por Fernanda Alcântara