Eleições 2022

MST debate papel da disputa política no fortalecimento da Reforma Agrária Popular

Atividade contou com a presença de pré-candidatos e pré-candidatas Sem Terra
Mais de 70 candidatos participaram da atividade. Foto: Guilherme Gandolfi

Por Wesley Lima
Da Página do MST

Com o objetivo de discutir a construção da Reforma Agrária Popular a partir da luta política deste período, o MST reuniu mais de 70 pré-candidatos e pré-candidatas Sem Terra, de mais de 20 estados, no Seminário Nacional Eleições e Reforma Agrária nesta segunda-feira (4), na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF).

A programação, organizada em dois grandes eixos, propôs o estudo da atual conjuntura política, agrária e ambiental no Brasil; e as principais tarefas e desafios políticos organizativas posicionadas na construção das pré-candidaturas. Ainda sobre a programação, temas como a comunicação, a construção dos Comitês Populares e as experiências exitosas já desenvolvidas ganharam destaque.

Alexandre Conceição da Coordenação Nacional do MST. Foto: Guilherme Gandolfi

Para mediar esses temas, a atividade contou com a participação do secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini, da presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffmann, do fotógrafo, Ricardo Stuckert, e do integrante da Coordenação Nacional do MST, João Paulo Rodrigues.

A realização do Seminário é uma preparação para disputa eleitoral deste ano. Para o MST, que sempre se posicionou politicamente, seja através das históricas marchas pela reforma agrária, ou apoiando candidaturas do campo popular e progressista, esse espaço de disputa política é estratégico para derrotar o bolsonarismo e avançar na construção da Reforma Agrária no país.

De acordo com Alexandre Conceição, da Coordenação Nacional do MST, o Seminário foi um espaço histórico por reafirmar a posição política do Movimento de disputar as eleições com candidatos e candidatas. “Neste encontro estamos discutindo o voto, mas também a construção de um projeto popular para o país e a construção de ações que desgaste o governo Bolsonaro. Nossa tarefa é organizar as campanhas, organizar os Comitês Populares e ganhar as eleições junto com o presidente Lula”, afirmou.

Para Ricardo Stuckert, as candidaturas Sem Terra são um passo importante, porque o MST tem conseguido se consolidar como uma referência na produção de orgânicos e hoje, o Movimento “não é mais tido como invasor de terra, mas como produtor de alimentos”.

Stuckert é fotografo e amigo do MST. Foto: Guilherme Gandolfi

Ele explica também que o Movimento tem conseguido se comunicar com a sociedade de maneira prática, principalmente, com a produção de alimentos saudáveis, posicionando o debate da comunicação com centralidade. “Não é a toa que estamos aqui hoje. O MST entendeu que é importante dialogar com a sociedade sobre a produção de alimentos, e todo mundo já está sabendo disso”, destacou Stuckert.

MST e as eleições

O diagnóstico, que se reflete nas conquistas dos trabalhadores e das trabalhadoras desde 2016, com o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, é que o Congresso Nacional não representa a diversidade do povo brasileiro. O mesmo ocorrendo também nas assembleias legislativas pelo país. Nesse sentido, o MST decidiu lançar candidatos em pelo menos 15 estados e no Distrito Federal nas eleições de 2022. O PT é o partido escolhido pela maioria dos integrantes e dirigentes do MST, que se lançam na disputa.

Rosana Fernandes e Alexandre durante Mesa do Seminário Nacional Eleições e Reforma Agrária.
Foto: Guilherme Gandolfi

As candidaturas Sem Terra seguem como mais um instrumento na defesa do acesso à terra e na produção de alimentos saudáveis, bandeiras históricas do Movimento. Foi avaliada também, a necessidade de apontar com centralidade a defesa da educação pública, do resgate das políticas sociais, do combate ao racismo, machismo e à LGBTfobia, como pautas estratégicas e centrais para esse momento político.

Tarefas

Rosana Fernandes, da Coordenação Político-Pedagógica da ENFF, afirmou que o saldo é positivo com a realização do Seminário. “O espaço possibilitou que possamos compreender ainda mais a tarefa que nos cabe neste momento histórico, que é fazer a disputa eleitoral, mas também junto com isso, termos a capacidade de organização do povo brasileiro”.

Foto: Guilherme Gandolfi

Se coloca também, com muita força, a necessidade de organização dos Comitês Populares. Ela explicou que o Comitês podem ser a base de um novo Governo para o PT e da classe trabalhadora. Outra tarefa, encarada como um desafio durante o seminário, é a necessidade de construir a força no parlamento: “nós acreditamos, que outro desafio posto, é que nós tenhamos muitos parlamentares, seja a nível estadual ou federal, para dar sustentação ao nosso presidente Lula”, acrescentou Fernandes.

*Editado por Solange Engelmann