Solidariedade

33ª Romaria da Terra no Paraná partilha 20 mil quilos de alimentos

Com participação de 1.500 romeiros e romeiras, tradicional ritual litúrgico ocorreu em Maringá, no último domingo (21/08)
Foto: Breno Thomé Ortega

Por Barbara Zem e Jaine Amorin, Setor de Comunicação e Cultura MST PR
Da Página do MST

A 33ª Romaria da Terra no Paraná foi realizada no domingo (21/08) na Escola Milton Santos de Agroecologia, em Maringá, região Noroeste do estado do Paraná, reunindo 1.500 romeiras e romeiros. Essa edição teve como lema “A sabedoria e a natureza clamam por Agroecologia, Teto, Terra e Trabalho”, reafirmando o compromisso com a vida e construindo a solidariedade e o esperançar.

“Para que a luta por terra, a defesa dos territórios e por trabalho, teto e moradia seja de fato uma realidade. A importância da romaria é principalmente demarcarmos a retomada das mobilizações, organizações e do calendário de lutas do conjunto das organizações do Paraná. E a Escola Milton Santos celebrando seus 20 anos faz essa diferença, como um dos eixos temáticos da romaria”, afirma Isabel Diniz, agente da Comissão Pastoral da Terra.

O domingo começou com um belo café da manhã de boas-vindas para os romeiros e romeiras que chegavam na escola, seguido do ritual litúrgico que já é tradicional nas Romarias. Durante o ritual ergueram a cruz e foi construído o Bosque da Romaria, com o plantio de 33 mudas em homenagem aos mártires da educação e da luta pela terra. A romaria foi finalizada com um lanche coletivo.

Fotos: Breno Thomé Ortega

Por conta da pandemia, nos últimos dois anos não foi realizada a Romaria, e este momento de reencontro e conversa trouxe novas ideias e muita energia para que a luta continue. Nesta edição, diferente das romarias anteriores onde os romeiros e romeiras caminham por um trajeto, foram organizadas 14 oficinas a céu aberto sobre diversos temas, como agroecologia, sementes crioulas, poesia, direitos trabalhistas, agricultura, entre outros. Também foi partilhada a história de Milton Santos e da Escola de Agroecologia. Rodas de conversa marcam um momento importante de troca de saberes entre os romeiros e romeiras.

“A Romaria da Terra para nós este ano, depois de dois anos sem fazermos Romaria, é um momento muito especial e significativo. Demarca e marca a retomada da resistência, da luta, da organização, das parcerias e do fortalecimento das redes, para que a gente possa fortalecer a agroecologia como um modo de vida de produção de alimento e reprodução da vida.” Isabel Diniz, agente da Comissão Pastoral da Terra.

Fotos: Breno Thomé Ortega

Integrando a programação da Romaria, foram partilhadas cerca de 650 cestas de alimentos, mais de 20 mil quilos de alimentos, com famílias em situação de vulnerabilidade. Na tarde do domingo foram entregues 200 cestas para famílias de Maringá. Na tarde de segunda-feira (22/08) mais 450 cestas de alimentos da Reforma Agrária foram partilhadas em Paiçandu. Arroz, feijão, derivados de milho e cana, tubérculos e hortaliças em geral, são alguns dos alimentos produzidos e industrializados pelas famílias do MST que foram partilhados. Os alimentos foram arrecadados pela iniciativa do Armazém do Campo Maringá com a venda das Cestas Solidárias, trazidos pelos romeiros e romeiras que participaram da atividade e a maior parte foram doados pelas famílias Sem Terra.

“A romaria reforça a solidariedade através da doação de alimentos. Nós camponeses queremos que os alimentos produzidos por camponeses chegue à mesa das pessoas que mais necessitam como forma de trazer a esperança pro povo brasileiro”, Antônio Kanova, membro da coordenação político-pedagógica da Escola Milton Santos.

Essas doações fazem parte da Campanha de Solidariedade Permanente do MST, que já partilhou mais de 1.000 toneladas de alimentos no Paraná, desde o início da pandemia, em abril de 2020.

A Romaria da Terra no Paraná é organizada pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) em conjunto com outras organizações religiosas e com movimentos sociais.

*Editado por Fernanda Alcântara