Maniestação

Famílias Sem Terra realizam marcha e Ato Político com amigos e apoiadores, no ES

Ação de solidariedade ocorreu em área da Suzano reivindicada pelo MST para fins de Reforma Agrária
Foto: MST ES

Por Mariana Motta
Da Página do MST

Nesta quinta-feira (27/4), famílias Sem Terra reuniram representações de movimentos, organizações, amigos e apoiadores do MST em Ato Político para defender a ocupação realizada em uma área da Suzano, há dez dias.

A ocupação fez parte da Jornada Nacional em Defesa da Reforma Agrária e é uma ferramenta de pressão para que o Estado do Espírito Santo realize com urgência a desapropriação da área para fins de Reforma Agrária.

Durante o Ato Político, como marco simbólico, foram plantadas diversas mudas de árvores nativas e frutíferas, construindo o “Bosque da Resistência”. O local demarca o enfrentamento ao monocultivo do eucalipto, uma planta, que ao se transformar em mercadoria, do ponto de vista ambiental, tem causado diversas formas de desequilíbrio da natureza.

O MST no estado denuncia que o Batalhão da Polícia Militar compareceu depois no local do acampamento, com todo seu aparato de coerção e violência, e arrancaram todas as mudas de árvores plantadas pelos trabalhadores/as Sem Terra.

Fotos: MST ES

Mantendo a luta pela conquista da terra, após a realização do Ato Político, as famílias realizaram também uma marcha para o assentamento Nova Esperança, onde aguardam em luta as novas deliberações da Mesa de Resolução de Conflitos Fundiários.

Situação da área

Sobre o processo de negociação, o Governo do Estado chegou a fazer a indicação de outra área para desapropriação, mas por diversas razões, essa outra área não atende a demanda das famílias Sem Terra.

O Movimento no estado explica que a área está localizada em outro município, a mais de 60 km do local do acampamento. Lá já existem outras famílias do MST acampadas, constituindo o acampamento produtivo João Gomes. Além disso, a maioria das famílias, que estão pleiteando o processo de conquista da terra, são do município de Aracruz e não de Linhares, município onde está localizada a área.

Outro aspecto considerado pelo Movimento é que a área indicada é um local de intenso conflito, em que diversas pessoas assumiram a posse, inclusive fazendeiros.

O MST denuncia que o estado tem outras 30 áreas patrimoniais no município de Aracruz, que estão sob posse da Suzano, essas áreas foram invadidas de forma irregular, conforme relatório apresentado pelo Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Espírito Santo (Idaf).

*Editado por Solange Engelmann