Juventude Sem Terra
MST realiza Assembleia de Lançamento da Brigada Nacional Oziel Alves
Da Página do MST
Um momento místico lembrou os mártires do Massacre de Eldorado do Carajás, assassinados pela polícia do Pará, em 17 de abril de 1996, e de como a marcha interrompida se tornou um importante símbolo de luta e resistência na luta do MST há quase 40 anos. Nesse espírito o Setor de Formação e o Coletivo Nacional de Juventude do MST realizaram a Assembleia Nacional de Lançamento da Brigada Oziel Alves, na noite desta última quarta-feira (26).
Realizada de forma virtual, a assembleia de lançamento integra as atividades da Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, realizada pelo MST durante o mês de abril em todo o país. A Brigada Oziel Alves é um instrumento de formação de militantes Sem Terra, que busca formar jovens militantes do MST para atuar em todo o Brasil, articulando estudo e prática, trabalho e ação coletiva, para fortalecer o trabalho de base e a práxis na luta pela Reforma Agrária, rumo aos 40 anos do MST, em 2024.
Durante o lançamento ao vivo, na plataforma do Youtube, João Pedro Stedile, da direção nacional do MST explicou que a iniciativa da Brigada Nacional Oziel Alves, que acontece em todas as cinco regiões do país, é a prioridade número um como método organizativo do MST e falou do papel da juventude na continuidade do Movimento e da luta pela terra.
“Nossa esperança é com vocês, que podem nos ajudar a renovar as instâncias do MST, colocar mais energia, dar mais vida, exemplo de dedicação militante, porque sem militância não é possível construirmos uma sociedade mais justa e igualitária. E vocês podem multiplicar o número de militantes lá na base”, disse Stedile.
Nesse sentido, Stedile chamou atenção da juventude Sem Terra para os diversos desafios do MST nos acampamentos, assentamentos e nas escolas para avançar na Reforma Agrária Popular. “Precisamos fazer com que as propostas da Reforma Agrária Popular, em que colocamos a prioridade na produção de alimentos saudáveis, na agroecologia, plantio de árvores, agroindústrias e cooperativas, que esse programa seja abraçado por toda militância. Assim, como é obrigação nossa multiplicar o número de militantes e reorganizar a nossa base social”, afirma.
O dirigente aponta que as estatísticas demonstram que há mais de 700 mil jovens e adolescentes vivendo nos assentamentos de Reforma Agrária e o MST tem a responsabilidade em organizar essa força para a luta de classe na sociedade brasileira. “Precisamos colocar energia na formação de militantes e no uso dos meios de comunicação e das redes sociais para fazer a batalha de ideias e a luta ideológica contra a burguesia e contra a extrema direita. E o MST está no centro desses desafios por conta da nossa trajetória de 40 anos, da resistência que ajudamos a organizar.”
José Ricardo do setor de formação do MST, explica que a tarefa da Brigada Nacional é realizar um processo de formação, alinhando estudos e prática militantes, de dirigentes Sem Terra para a continuidade da luta. “A Brigada traz para gente o sentido de processos e continuidade de luta nacional, com a intencionalidade de atuar na preparação de coletivos de companheiros e companheiras, militantes, dirigentes para atuar de forma mais coordenada rumo aos 40 anos.”
A Brigada Nacional teve seu lançamento presencial na curva do “S”, no Pará, no local do Massacre do Carajás, no Dia Internacional de Luta pela Reforma Agrária, em 17 de abril – a atividade fez parte da programação do 27º Acampamento Pedagógico da Juventude Sem Terra “Oziel Alves Pereira” e reuniu os brigadistas da Região Amazônica, para sua primeira etapa.
Com o objetivo de avançar na formação política da juventude Sem Terra para a qualificação e continuidade da luta pela Reforma Agrária e a luta de classes no país, na batalha das ideias com a burguesia e a extrema direita no país, Renata Menezes, da direção nacional do coletivo de juventude, ressalta que o nome Oziel Alves foi escolhido pelo MST, por ter se tornado uma referência de resistência para a juventude Sem Terra a partir do Massacre de Carajás – ele foi tinha em média 17 anos e foi um dos trabalhadores assassinados.
“O jovem Oziel Alves, foi um militante, animador e agitador de massas. É esse companheiro que nós carregamos, somos vários ozieis, que vamos nos debruçar sobre o objetivo de intensificar o nosso processo formativo para engrossar a fileira de novos dirigentes do MST e na organização de um projeto socialista e popular para o Brasil.”
A Brigada Nacional reúne 700 jovens militantes Sem Terra, organizados em seis brigadas em todo o país, divididas por Regiões e será realizada em quatro etapas de dez dias cada, até o próximo ano, se encerrando com o ato de formatura que acontece no 7º Congresso do MST, em 2024. A primeira etapa já teve início na região Amazônica, Sul, Sudeste e Nordeste com processos de formação, durante o mês de abril. O curso funciona a partir da pedagogia da alternância, com tempo escola e tempo comunidade.