Fim das violências

MST lança Campanha Permanente Contra a LGBTI+fobia no Campo

Campanha inicia nesta quarta-feira (17), Dia Internacional de Luta Contra a LGBTFOBIA, e acontece de forma permanente no MST
MST inicia campanha permanente no marco do Dia Internacional de Luta Contra a LGBTFOBIA. Foto: Acervo MST

Da Página do MST

Diante da necessidade de construir iniciativas de formação e de enfrentamento à LGBTI+fobia, com ações estratégias intersetoriais nos diversos espaços organizativos do MST, nesta quarta-feira (17), Dia Internacional de Lutas Contra a LGBTFOBIA, o MST lança a Campanha Permanente Contra a LGBTI+fobia no Campo.

Para o Coletivo LGBT Sem Terra do MST, a luta contra a LGBTI+fobia, no combate a todas as formas de violência, é um componente importante do projeto político e indispensável para construção da Reforma Agrária Popular no Brasil.

“A ideia é que a partir de cada realidade, possamos construir instrumentos e ferramentas organizativas, portanto coletivas, que nos ajudem no monitoramento, acolhida e combate a todo tipo de violência, seja ela, psicológica, patrimonial, física, entre outras”, afirma Wesley Lima, do coletivo LGBT Sem Terra.

A campanha é permanente, ocorrendo por tempo indeterminado e também está sendo realizada pela Via Campesina Brasil e os movimentos camponeses que integram a organização, como o MST. A intenção é realizar um trabalho permanente junto à base social, militância Sem Terra e nas instâncias organizativas do MST, para enfrentar às diversas violências e estruturar ações coletivas na busca de relações e territórios da Reforma Agrária Popular emancipados e livres de qualquer tipo de violência contra qualquer pessoa. 

Cartilha com subsídios para debates sobre o tema foi enviada aos territórios do MST. Foto: MST

A LGBTI+fobia vem avançando no Brasil. Somente em 2021, foram registradas pelo menos 316 mortes violentas de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersexo (LGBTI+). Esse número representa um aumento de 33,3% em relação ao ano anterior, quando aconteceram 237 mortes. Os dados constam no Dossiê de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil. Entre os crimes ocorridos, 262 foram de homicídios (o que corresponde a 82,91% dos casos), 26 de suicídios (8,23%), 23 latrocínios (7,28%) e cinco mortes por outras causas (1,58%).

Durante todo o ano de 2023 estão previstas um conjunto de materiais de subsídios para formação, que estão sendo enviado para a base do MST nos estados, como cartilha e cartaz com orientações, além de materiais de divulgação no site do Movimento e nas redes sociais. A campanha prevê ainda, um conjunto de outras ações como conferências online, debates, cursos de formação e articulação com outros movimentos e organizações populares, e parceiros para a construção de uma rede de denúncia, apoio e acolhimento às pessoas que sofreram algum tipo de violência, entre elas, a LGBTI+fobia.

“É importante destacar que as parcerias são fundamentais para nacionalizar os casos e posicioná-los na ordem do dia. Além disso, é central articular localmente contribuições jurídicas para acompanhar os casos de violência”, conclui Lima.