Comida Sem Veneno

Debate sobre alimentação saudável marca último dia do Festival do MST no Rio

Mesa de debate aconteceu neste domingo (17), como parte da programação do Festival do MST

Foto: Alice Muniz

Por José Carlos Silva
Da Página do MST

No Brasil, onde cerca de 300 tipos de agrotóxicos são amplamente utilizados pelo agronegócio, a busca por alternativas sustentáveis e saudáveis na alimentação é uma necessidade para os brasileiros e brasileiras. No terceiro dia do “Festival do MST: Por Terra, Arte e Pão!” no Rio de Janeiro, Giovanna Nader, Bianca Barbosa, Regina Tchelly e Fernanda Vieira se reuniram para discutir o direito à alimentação saudável como parte da programação da Feira da Reforma Agrária nos Arcos da Lapa neste domingo (17).

Giovanna Nader destacou a importância desse espaço de diálogo dentro do Festival, enfatizando que o MST é o principal Movimento que tem um modelo de produção que desafia a lógica do agronegócio.

Foto: Priscila Ramos

Segundo ela, o Festival é a concretização das ideias compartilhadas nas redes sociais. Uma vez imersos nesse ambiente, os participantes entendem a essência da proposta do MST, que vai além da simples produção de alimentos saudáveis e orgânicos. Trata-se de uma nova proposta de vida.

Além disso, Giovanna apontou o MST como fundamental na luta contra o avanço do uso de agrotóxicos no Brasil, o maior consumidor de pesticidas do mundo.

“O MST é uma peça essencial para conter o avanço do uso de agrotóxicos, com a produção diversificada em seus 40 anos de experiência na luta contra o agronegócio”, disse Giovanna.

Dentro das Feiras e espaços de comercialização do MST, os visitantes têm a oportunidade de saborear as deliciosas receitas da Culinárias da Terra, com pratos típicos de diferentes estados e regiões. Esses espaços trazem também o debate político sobre a alimentação.

A professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e advogada popular, Fernanda Vieira, destacou a relevância das culinárias da terra nas Feiras do MST. “Em todas as nossas Feiras, oferecemos culinárias da terra com produção agroecológica. Isso é crucial para combater os alimentos ultraprocessados e oferecer uma alternativa ao sistema mercadológico”, afirma Fernanda Vieira.

Foto: Alice Muniz

A chef de cozinha Bianca Barbosa também se manifestou, destacando o acesso da população à culinária da terra e sua importância na construção da luta pela alimentação saudável.

“A comida é a base para construirmos um mundo melhor. Mudar o mundo começa com a alimentação. Quando as pessoas veem a culinária da terra nas ruas, acessível e a preços justos, isso torna a luta política da internet algo tangível e próximo”, salientou Bianca.

Por fim, Regina Tchelly, integrante do projeto Favela Orgânica, que busca produzir alimentos nas comunidades e combater o desperdício de comida, discutiu a importância desse espaço nas Feiras do MST.

“Ter este espaço na Feira do MST permite que as pessoas tenham acesso aos alimentos produzidos nos assentamentos, fortalecendo a luta pela terra e o combate à fome”, explica Regina.

Foto: Priscila Ramos

*Editado por Gustavo Marinho