Produção

Ministros visitam cooperativa do MST que beneficia 42 toneladas de alimentos por dia

Wellington Dias, do MDS, Paulo Teixeira, do MDA, e outras autoridades federais, estaduais e locais visitaram o assentamento Dorcelina Folador, em Arapongas, norte do Paraná
Foto: Jaine Amorin / MST no PR

Por Comunicação do MST no PR
Da Página do MST

Nesta segunda-feira (9), o assentamento Dorcelina Folador, em Arapongas, norte do Paraná, recebeu os ministros Wellington Dias, do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome do Brasil (MDS) e Paulo Teixeira, do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA). As autoridades visitam a Cooperativa da Comercialização e Reforma Agrária Camponesa (COPRAN), além de conhecerem a produção de hortifrúti agroecológico da família de Roseli Pereira de Campos e Anderson Fernando Dalle Molle, assentados produtores de hortaliças e legumes. 

No espaço, o ministro do MSD, Wellington Dias, elogiou a organização e planejamento da família ao pensar no plantio de uma maneira estratégica. “Eu pude conversar com o casal e a filha Diana e poder compreender a importância de um planejamento na produção de alface, couve e hortaliças para ter produto toda semana, porque é isso que sustenta um comprador seja a escola, um mercadinho que vão querer produtos de qualidades toda a semana”, conta.

Ministro Wellington Dias. Foto: Roberta Aline

Dias, ainda ressaltou a importância da transmissão de conhecimento entre as gerações e enfatizou que integrar as próximas gerações no trabalho garante que o processo ganhe mais força, conhecimento científico e tecnológico. “A transmissão de conhecimento intergeracional que eu vi aqui, vale para saltos na produção que passa do leite no saquinho, para o iogurte, a manteiga, variados queijos e outros 13 produtos beneficiados na agroindústria que garantem espaço no mercado e lucratividade maior, isso permite uma vida longa ao negócio”, ressalta.

A visita marcou a retomada do diálogo de promoção do desenvolvimento das cadeias produtivas e da soberania alimentar como estímulo ao desenvolvimento social, de combate à fome e à insegurança alimentar. Também participaram da visita o presidente do INCRA, César Aldrighi, o presidente da CONAB, Edegar Pretto, representante do Banco do Brasil e do BNDES, entre outras autoridades como deputados federais, estaduais, prefeitos e vereadores.

Dirlete Dellazeri. Foto: Jaine Amorin

A integrante da diretoria da cooperativa e assentada na comunidade, Dirlete Dellazeri, frisa a importância das autoridades conhecerem de perto a realidade das famílias camponesas assentadas.

Eles viram de perto a nossa agroindústria, conhecendo o nosso povo que trabalha em cada posto de trabalho da cooperativa, a juventude, as mulheres. Esperamos que possam proporcionar políticas públicas que atendam as necessidades do nosso povo Sem Terra”

– Dirlete Dellazeri

As autoridades puderam ver de perto como funciona a agroindústria onde são produzidos 13 produtos derivados de leite. Ao todo, a COPRAN beneficia cerca de 42 toneladas de alimento por dia, envolvendo a produção de cerca de 420 camponeses e camponesas, em mais de 20 municípios das regiões Norte, Centro-Oeste e Noroeste do Paraná.

Fotos: Roberta Aline

“Aqui eles viram que a agroindústria agrega valor ao produto, que a cooperativa precisa ser forte, e que é uma ferramenta para o desenvolvimento, para o planejamento, para industrialização e para comercialização, trazendo a visibilidade da nossa produção para sociedade brasileira”, completa Dellazeri. 

José Ricardo Sasseron, Vice-presidente de Negócios, Governo e Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil, lembrou que a área do assentamento Dorcelina Folador, foi recuperada pelo Banco do Brasil. “Era uma área de um grande produtor que não pagava o banco e os pequenos fizeram tudo isso que a gente tá vendo nesse momento”.

Fotos: Roberta Aline

Ele parabenizou o trabalho de todos/as, e disse que o Banco do Brasil cresce junto com o país financiando a agricultura familiar e agropecuária.

São os pequenos produtores que produzem alimentos para a mesa da população, giram a economia e levam merenda escolar para as escolas”, enfatizou.  

– José Ricardo Sasseron

Durante o ato político realizado ao final das visitas, Wellington Dias, enfatizou a importância em conhecer de perto um caso tão bem-sucedido de produção cooperada, que garante toda a organização, produção e beneficiamento de alimentos:

Queremos, a partir dessas experiências de sucesso, que a gente possa aperfeiçoar outros assentamentos que ainda tem dificuldade”

– Wellington Dias

Durante o ato político o ministro Dias, afirmou ainda, que pelo MDS foi liberado 28 milhões e 800 mil reais para o programa Brasil Sem Fome que irá fortalecer a região. “O que a gente quer a partir dessa experiência de sucesso que vimos aqui é garantir que a gente possa aperfeiçoar outros assentamentos com linhas de créditos”. 

O ministro do MDA, Paulo Teixeira, listou os projetos retomados e criados pelo governo Lula nesses pouco mais de 10 meses de governo voltados ao incentivo à produção de alimentos e ao enfrentamento da fome. Um programa de incentivo às agroindústrias e cooperativas também deve ser criado pelo ministério, em parceria com BNDES, Incra, Ministério do Trabalho e outros órgãos.

Nós queremos fazer um programa de Reforma Agrária tão potente, que a gente tire o país do mapa da fome”.

– Paulo Teixeira
Foto: Jaine Amorin/MST no PR

Roberto Baggio, direção do MST no estado, trouxe à discussão sobre o papel da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) como uma espécie de estatal brasileira que garanta a compra de alimentos da agricultura familiar para todo o povo brasileiro, garantindo a comercialização dos produtos. 

A comitiva do Governo Federal também visitou a Cozinha Comunitária Amigas do São Jorge, na zona norte de Londrina, espaço que durante a pandemia de Covid-19 recebeu doações de alimentos das famílias acampadas e assentadas na região para a produção de marmitas.

Rede de cooperação da Reforma Agrária no Paraná

A COPRAN foi inaugurada em 2013, pela então presidente Dilma Rousseff (PT). Em seu primeiro ano de funcionamento, a agroindústria chegou a produzir 12 mil litros de leite por dia, atendendo produtores de assentamentos e agricultura familiar de Arapongas, Apucarana, Londrina e Maringá.

As cooperativas da Reforma Agrária estão articuladas através da Cooperativa Central de Reforma Agrária do Paraná (CCA), ferramenta articuladora do Sistema Cooperado dos Assentamentos que organiza o processo de produção, agroindustrialização, comercialização e assistência técnica das mais de 20 mil famílias assentadas, nos 320 projetos de assentamentos do estado.

O sistema produtivo está alicerçado em 25 cooperativas, 64 agroindústrias e cerca de 100 associações, e produz mais de 100 tipos de produtos beneficiados. Entre as linhas de produção em assentamentos e acampamentos do estado estão as do leite, milho, arroz, feijão, ovos, hortifrúti, café, mel, cana-de-açúcar e sua destilação, erva-mate, polpa e suco de frutas, ração animal e panificados.

Ao todo são gerados cerca de 600 postos de trabalho diretamente nas agroindústrias, áreas de administração e logística. São 5.400 famílias cooperadas e outras 30 mil famílias atendidas – entre assentadas, integrantes da agricultura familiar e de comunidades tradicionais.