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Nota do MST sobre o falecimento do Padre Chico

"Choramos e ficamos tristes com sua partida, pois assim são as histórias de amor entre um lutador e sua gente. Mas padre Chico é sinônimo de luta, e assim será seu luto"

Da Página do MST

Francisco Vanneron, o padre Chico, foi companheiro de todas horas na luta por Reforma Agrária. Padre belga, sempre lutou pelas causas sociais, na defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, pela geração de renda para os mais pobres e pelo cumprimento da função social da terra.

Junto com o padre Chico, o MST pode se firmar na região de Ribeirão Preto. Ele ajudou junto a uma rede de apoiadores, as condições para que o MST pudesse avançar no trabalho de base, nos comitês da reforma agraria nos bairros, na estruturação da loja da reforma agraria, na abertura da secretaria regional do MST e outros tantos projetos.

Em 2002, intermediou junto a Dom Arnaldo Ribeiro, arcebispo da Arquidiocese de Ribeirão Preto, o comodato do Sítio Pau D’alho, que pelo período de 11 anos abrigou as atividades educativas e culturais do Centro de Formação Dom Helder Câmara.

Amigo e companheiro, sabia equilibrar o apoio incondicional a causa da reforma agraria, com uma postura exigente e disciplinada, que tinha na crítica e na autocrítica, verdadeiros pilares éticos, base estruturante de uma relação de reciprocidade entre pessoas que querem mudar o mundo.

O mundo era sua casa. A justiça social, o seu guia. A fé no povo, a sua mística.

O povo sem terra, dos acampamentos e assentamentos reconhecem a grandeza da existência de Francisco Vanneron. Choramos e ficamos tristes com sua partida, pois assim são as histórias de amor entre um lutador e sua gente. Mas padre Chico é sinônimo de luta, e assim será seu luto.

Que sua alegria continue nos envolvendo. Que seu sonho renasça em cada sem terrinha. Que a fartura da terra ocupada e cultivada seja sempre abundante. Padre Chico estará sempre presente, na luta hoje e sempre.