20ª Jornada de Agroecologia serve pratos típicos da cultura camponesa na Culinária da Terra

Por Murilo Lemos Bernardon
Da Página do MST

A 20ª Jornada de Agroecologia, que acontece a partir desta quarta-feira (22) e vai até domingo (26), no campus Rebouças da UFPR, em Curitiba, leva ao público uma variedade de sabores do campo, que serão oferecidos no espaço Culinária da Terra com pratos típicos e muita comida boa, saudável e sem veneno.

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Os visitantes da Jornada poderão saborear os pratos tradicionais da cultura brasileira e paranaense, como porco no tacho, cuscuz, macarrão caseiro, quirera com linguiça e também pratos vegetarianos e veganos, além de sucos, sorvetes e picolés, produzidos com frutas nativas, para se refrescar — tudo, é claro, a preços populares.

Priscila Monerat, do setor de Produção do MST,

Priscila Monerat, do setor de Produção do MST, uma das organizadoras do Culinária da Terra e moradora do assentamento Contestado, na Lapa (PR) afirma que “a comida é uma das questões centrais da agroecologia, queremos que todos e todas tenham direito de se alimentar com alimentos saudáveis em quantidade e qualidade.”

Para ela, a Jornada em cada edição se consolida como um local de encontro de diversas entidades e organizações que contribuem para um novo jeito de viver no campo e na cidade, a partir da agroecologia. O espaço Culinária da Terra vem para trazer essa riqueza da cultura camponesa: a infinidade de receitas e jeitos de preparar a comida, uma nova forma de relação com os alimentos.

Crédito: Sandra Mara

Atuante no Coletivo Triunfo, que abrange a região Centro Sul do Paraná e o planalto catarinense, Sandra Mara relata que o maior objetivo hoje é defender as sementes crioulas e dar suporte aos guardiões das sementes.

Os guardiões armazenam e protegem sementes de hortaliças em geral, feijões, mandioca, batatas (doce, salsa e inglesa) e milhos crioulos.

O prato da região de São João do Triunfo, onde se localiza o coletivo, que estará na Jornada é a quirera de milho crioulo com linguiça defumada e legumes orgânicos — tudo livre de transgênicos. “O milho crioulo é guardado por vários guardiões que se orgulham em proteger e deixar esse milho puro. Venha para a 20ª Jornada de Agroecologia conhecer os agricultores e conversar com eles”, convida Sandra.

Confira aqui a lista completa dos pratos que serão servidos no espaço Culinária da Terra e o local de origem de cada um:

• Porco no tacho com mandioca: Grupo de Agroecologia do assentamento 08 de Junho, de Laranjeiras do Sul; 
• Quirerinha, macarrão e caldinhos: Coletivo Marmitas da Terra, de Curitiba;  
• Pastel, tortas, quibe de carne e legumes, bolos: Associação de Feirantes da Economia Solidária, de Curitiba e Região Metropolitana; 
• Pastéis agroecológicos e sucos naturais: Ecootopia – Associação Cooperativa de Idéias e Soluções para o EcoDesenvolvimento;
• Cuscuz com sabores variados, suco acerola, café: Associação dos Trabalhadores na Educação e Produção em Agroecológica Milton Santos, de Maringá; 
• Rapadura, cricri e sucos: Coletivo de Mulheres do MST do Sudoeste do Paraná;
• Içara/Sorvet Jussara: Coletivo Maiz Agroecologia;
• Sanduíche, esfiha e brigadeiro vegano, Sucos Naturais, panificados: Rede Mandala e Associação Utopia de Economia Solidária, Curitiba; 
• Carne acebolada com mandioca: Coana – Cooperativa de Comercialização e Reforma Agrária Avante, Querência do Norte; 
• Macarronada caseira: Coletivo de Mulheres da Comunidade Maria Rosa do Contestado, Castro; e da Copcraf – Cooperativa da Reforma Agrária e Agricultura Familiar, da região Oeste do Paraná;  
• Sorvete de morango/calda morango/sorvete de açaí: Associação dos Produtores Orgânicos de Quedas do Iguaçu – Produzindo Vidas;
• Café, sucos, foccacia assada, wafle; hamburguer de lentilha c/cogumelos, sobremesas, pizza de carne de jaca, cogumelos, marguerita, hambúrguer de lentilha c/cogumelos: RESA – Rede Sementes da Agroecologia;  
• Quirera com linguiça, arroz, feijão carne de lata e macarrão: ASPTA e Coletivo Triunfo, de São João do Triunfo;   
• Picolés, geleias, polpas de frutas: Coletivo de Frutas Nativas de Cantuquiriguaçu;
• Feijoada vegana: Produtos da Terra/Terra Livre, Curitiba;
• Bolos, salgados e doces: Frente de Organização dos Trabalhadores (FORT), Curitiba;  

Festival do MST 

A Jornada de Agroecologia é realizada desde 2002, de forma conjunta por cerca de 60 organizações, movimentos sociais e populares, coletivos e instituições de ensino. O objetivo central é fomentar a agroecologia e mostrar ao grande público urbano os frutos e a viabilidade deste modo de produção de alimentos, baseado no equilíbrio ambiental e na qualidade de vida para quem produz e quem consome.

Três artistas nacionais já tem presença confirmada no palco da Jornada: 

Leci Brandão, no dia 23, às 17h; Bia Ferreira, dia 24, às 17h; Chico César, dia 25, às 19h. Em comum, os três cantores e compositores trazem o apoio à agroecologia, à Reforma Agrária e às causas sociais e populares. Ao todo, serão mais de 20 atrações culturais. 

>> Confira aqui a programação completa: https://jornadadeagroecologia.org.br/programacao/ 

Mais de 30 seminários e oficinas gratuitas

Também estão previstos mais de 10 seminários, para o intercâmbio de camponeses/as, povos originários e tradicionais, pesquisadores/as, estudantes e militantes. Algumas das temáticas que serão abordadas são: Proteção de Mananciais, Proteção de Alimento Humano Fundamental; Mulheres, Quintais Produtivos e Territórios Livres; Mapeamento da produção orgânica por bacias hidrográficas do Estado do Paraná; 25 anos da Educação do Campo e PRONERA: reconhecimentos, desafios e acumulados; Juventude e Agroecologia. 

Cerca de 20 oficinas irão demonstrar a prática da produção agroecológica, em diferentes linhas produtivas. Estão previstas práticas para produção de araucária enxertada, usando bambu na agricultura familiar, produção de mudas, produção de armadilha para inserir do tomate e fabricação de bioinsumos. 

>> Faça sua inscrição aqui:  

Feira da Agrobiodiversidade Camponesa e Popular

Alimentos in natura e processados, plantas ornamentais, sementes crioulas, panificados, livros, camisetas, acessórios, brechó, artesanato dos mais diversos tipos. Tudo isso produzido por trabalhadores e trabalhadoras das cooperativas da Reforma Agrária e da agricultura familiar, de grupos de diferentes etnias indígenas do Paraná, das padarias e cozinhas comunitárias, das associações e coletivos de economia solidária e agroecologia, grupos guardiões de sementes crioulas. 

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*Editado por Solange Engelmann