Jornada de Agroecologia

20 anos de Jornada nas paredes do “Túnel do Tempo”

Instalação é tradição nas Jornadas de Agroecologia e este ano rememora a história e o contexto político de cada fase do evento
Foto: Luan Costa

Por Isabela Cunha 
Da Página do MST

Uma das atrações mais tradicionais das Jornadas de Agroecologia é o Túnel do Tempo. Com o papel de resgatar a memória e história das Jornadas, a instalação reúne todos os anos fotos, objetos e informações que ajudam os visitantes a conhecerem a história do evento. Este ano, o túnel dá continuidade ao tema da edição anterior “A História da Jornada”, mas a abordagem ganhou novos temperos. É o que nos conta Jones Fernandes de Lima, do setor de educação do MST no Paraná, e um dos organizadores do Túnel.

“Esse ano, a gente fez uma relação da história da Jornada com o que estamos chamando de Memórias e Lutas da Emancipação. Ou seja, além de contar a história de cada edição, estamos narrando também o contexto político, as lutas de cada período da jornada”, explica Lima. “Para isso, o túnel foi dividido em fases, os 20 anos foram organizados em 10 fases, de acordo com o município onde a jornada aconteceu. A partir daí, narramos também o que estava acontecendo no cenário político naquele momento, se tornou um grande panorama da luta”, conta. 

Na história dessas 20 edições, a pausa dos anos de 2020 e 2021, período da pandemia de coronavírus, também não ficou de fora da instalação. “Uma das fases que não pudemos deixar de abordar foi justamente a fase da pandemia, um período sem Jornada, mas com muitas ações de luta. A luta pela saúde coletiva, por moradia, as nossas ações de solidariedade e o contexto político dos últimos anos também estão nas paredes do túnel nessa 20ª Jornada, são parte importante e muito importante da nossa história”, analisa Lima. 

Pesquisa e Organização

Organizado pelo setor de educação do MST, o Túnel do Tempo envolve as escolas itinerantes e escolas de assentamento dos estados na sua preparação, os estudantes fizeram desde setembro atividades de pesquisa e busca de materiais para a instalação do Túnel desta 20ª edição. Ao todo, 9 escolas itinerantes e 3 escolas de assentamento do Estado estiveram envolvidas na ação, o que, segundo Lima, representa quase 1000 pessoas trabalhando no projeto. “Hoje, a visita ao túnel é guiada justamente pelos nossos estudantes. Nós trouxemos 5 educandos de cada escola envolvida, eles estão com a pesquisa na ponta da língua para contar aos visitantes”. 

Foto: Luan Costa

Rememorar a luta coletiva e renovar as esperanças 

Jeane Soares, do acampamento Rondon III, veio de Bituruna (PR) e foi uma das primeiras a visitar o Túnel. “Achei muito bacana a experiência de retratar os 20 anos da jornada, especialmente ao contar o que significou esse momento de pandemia e pós pandemia. A jornada, para nós, tem esse objetivo de trazer o debate da agroecologia e da alimentação saudável, e o túnel fez essa retrospectiva, vai desde as primeiras jornadas, que a gente fazia lá no interior do estado, com um povo mais caboclo, mais camponês, até a atualidade, em que a gente chega no centro urbano para fortalecer a relação campo e cidade”, analisa Jeane.

“O resultado ficou incrível, quem ainda não veio, que possa vir nesses próximos quatro dias prestigiar a realização de uma luta coletiva. É um trabalho prazeroso de rememorar e que dá  esperança de seguir lutando”, comenta. 

O Túnel do Tempo da 20ª Jornada de Agroecologia está localizado no pátio da UFPR – Campus Rebouças. As visitações estão abertas nesta quinta e sexta, 23 e 24 de novembro, das 9h às 19h, e no sábado, dia 25, das 9h às 17h. A visita é gratuita. 

*Editado por Fernanda Alcântara