Crime Ambiental

Encontro Estadual do MST denuncia os crimes da mineração em MG

Acampamento Pátria Livre é um dos territórios atingidos pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho
Foto: Leonardo Fernandes

Por Leonardo Fernandes
Da Página do MST

Arte, cultura e mística para denunciar os crimes da mineração. Às margens do Rio Paraopeba, os militantes do MST reunidos no Acampamento Pátria Livre, em São Joaquim de Bicas, fizeram um ato em homenagem às joias e para denunciar o modelo perverso de mineração que causou os dois maiores crimes socioambientais e trabalhistas da história do Brasil.

“Aqui antes nos banhávamos, vivíamos em torno do que o rio nos dava. Agora nem se vê as pedras no fundo. Por isso eu peço que nos ajudem a reparar, a plantar quantas árvores sejam necessárias para recuperar nosso rio”, disse Dulce Maria, moradora do acampamento Pátria Livre.

Uma das dimensões do Plano Nacional Plantar Árvores e Produzir Alimentos Saudáveis é denunciar os crimes ambientais cometidos pelo agronegócio e pela mineração. Foto: Leonardo Fernandes

Maíra Santiago, da direção estadual do MST explica que cinco acampamentos Sem Terra foram atingidos pelo crime de Brumadinho, três deles às margens do Rio Paraopeba. Além da matança de animais e plantas, o crime modificou os modos de vida das comunidades, acabando com a pesca e com a agricultura de várzea.

“Viemos fazer esse ato nas margens do rio para que a gente possa ver com nossos olhos o que o capitalismo pode fazer e fez. E ter a dimensão do que essa contradição do capital em relação aos nossos bens comuns. E nesse sentido, a água para nós é fundamental. Também quisemos demarcar o nosso posicionamento: plantar árvores, produzir alimentos saudáveis, reafirmando também a importância da Reforma Agrária Popular”, defendeu.

Maíra afirma que o enfrentamento ao modelo de mineração é parte fundamental da estratégia política do MST mineiro. Nesse sentido, desde 2020, o MST vem avançando no “Plano nacional Plantar árvores, produzir alimentos saudáveis”, que tem o objetivo de plantar 100 milhões de árvores, através de ações de plantio de sistemas agroflorestais, construção de viveiros, coleta de sementes e cuidado com as nascentes.

“Nos últimos 10 anos o MST vem fazendo construções políticas para o enfrentamento da crise ambiental e climática, que também é uma crise do capitalismo. Dessa forma, nesses quase quatro anos do plano, foram mais de 20 milhões de árvores plantadas e 300 viveiros construídos em todo o Brasil”, explicou.

Foto: Leonardo Fernandes

O 32° Encontro Estadual do MST de Minas Gerais terminou no último domingo (10), apontando para um período de forte mobilização e acúmulo de forças no campo da esquerda popular.

*Editado por Diógenes Rabello