Repúdio

O MST está em resistência ao lado do povo Pataxó

“A luta é uma das nossas mais belas expressões de solidariedade” (Diva Lopes)
Foto: @pataxohahahae

Da Página do MST

Nós, membros da Coordenação Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), reunidos na Escola Nacional Florestan Fernandes, nos solidarizamos ao povo Pataxó Hã-Hã-Hãe, na Bahia, e denunciamos o ataque miliciano de latifundiários contra a luta justa daquele povo. 

No último dia 20, aquele povo indígena, cansado de esperar pela demarcação de suas terras, realizou uma legítima retomada, na região do médio oeste baiano. Em reação àquela luta justa, após uma convocação pública, latifundiários milicianos, organizados no grupo criminoso chamado “Invasão Zero”, atacaram a retomada. Em consequência, feriram diversos indígenas e assassinaram Maria de Fátima Muniz de Andrades, liderança conhecida como Nega Pataxó. 

Infelizmente, esta violência do latifúndio é histórica e esperada. Não é nova esta organização em forma de milícia de fazendeiros para atacar indígenas e Sem Terra. E o grupo “Invasão Zero” é parte deste histórico, com uma articulação entre deputados bolsonaristas, latifundiários e pistoleiros. 

Em 2023, um grupo de latifundiários já tinha tentado atacar uma ocupação do MST na Bahia. Desta vez, contra o povo Pataxó, conseguiram alcançar seus objetivos, utilizando da mesma forma de ação.

Denunciamos a atuação do grupo miliciano “Invasão Zero”. Exigimos que os governos estadual e federal tomem as devidas providências para assegurar os direitos legítimos do povo Pataxó e responsabilizar o grupo “Invasão Zero”. Demarcar as terras indígenas é o real compromisso que se espera do governo federal. 

A luta dos Sem Terra é historicamente aliada do povo indígena. Enfrentamos os mesmos inimigos: a lógica de exploração capitalista, que no Brasil se expressa também no latifúndio assassino, o qual nos expulsa há mais de 500 anos do nosso chão.

Em solidariedade ao povo Pataxó, nesta manhã (22), trancamos as rodovias BR-101, em dois pontos, no extremo sul da Bahia, e a BR-263, em Itambé, sudoeste baiano. Estaremos ao lado do povo indígena. Lutamos por Reforma Agrária Popular e também pela demarcação da terras indígenas. Ao celebrarmos nossos 40 anos, nos comprometemos a seguir em luta, quanto tempo for necessário, com os povos indígenas.

Nega Pataxó! Presente!

Demarcação já!

Lutar, construir Reforma Agrária Popular!

Guararema, 22 de janeiro de 2024