Dia dos Livros Vermelhos
Iniciativa fortalece literatura de esquerda pelo mundo; participe!
Por Felipe Mendes
Do Brasil de Fato
O dia 21 de fevereiro, mais uma vez, ficará marcado como o Dia dos Livros Vermelhos. A data, que marca o aniversário de publicação do Manifesto Comunista, se tornou um dia de celebrações, mas também de solidariedade com pessoas que têm sofrido ataques da direita pelo mundo. As atividades acontecem em dezenas de países, e pessoas de todo o planeta são chamadas a participar.
Os organizadores convocam editoras, bibliotecas, movimentos populares e organizações políticas para participarem da mobilização, organizando atividades. Entre as sugestões, estão a realização de leituras coletivas do Manifesto; postagens nas redes sociais indicando seu “Livro Vermelho” favorito; realização de oficinas e grupos de estudo ou criação de peças de arte política em comemoração à data.
Quem organizar as atividades pode entrar em contato com a organização preenchendo este formulário. Nas redes sociais, a ideia é usar as hashtags #ARedBookADay, #DiaDoLivroVermelho e #RedBooksDay2024 para marcar as iniciativas sobre a data.
Na primeira edição do Dia dos Livros Vermelhos, em 2020, mais de 30 mil pessoas participaram de uma leitura pública do Manifesto Comunista em seus idiomas locais. A obra, lançada em 21 de fevereiro de 1848 por Karl Marx e Friedrich Engels, é celebrada por seu impacto libertador sobre movimentos populares passados, presentes e futuros.
A celebração surgiu por iniciativa de um conjunto de editoras do Brasil, da Argentina e da Índia, que fundaram a União Internacional das Editoras de Esquerda, que hoje conta com mais de 40 associadas em todo o mundo. No Brasil, uma das integrantes é a Expressão Popular.
O coordenador editorial da Expressão Popular, Miguel Yoshida, destacou ao Brasil de Fato que a data foi pensada para recuperar a vida coletiva. No primeiro momento, essa recuperação se daria pela leitura do Manifesto Comunista, “esse documento que é fundador de uma tradição de esquerda”. Entretanto, a iniciativa se expandiu, e a ideia é dar espaço para “livros vermelhos” em geral.
“E o que nós chamamos de ‘livro vermelho’? É um livro crítico ao capitalismo, que questione as formas de exploração de classe, de raça, de gênero, enfim todas as explorações sociais que o capitalismo promove, e que também tenha como perspectiva a construção de outra sociedade. Então, celebrar o Dia dos Livros Vermelhos é celebrar a vida coletiva e pensar essa produção teórica que nos permite criticar o capitalismo e pensar uma nova sociedade”, resumiu.
Neste ano, a data será marcada com uma atividade durante a Feira Internacional do Livro de Havana (Cuba), que começa nesta quinta-feira (15) e vai até o próximo dia 24. O evento homenageia o Brasil. O objetivo é que cada vez mais pessoas participem.
“A proposta é que essa seja uma data na cultura de esquerda como um todo. Não é uma data que tem um dono. A ideia da convocação é convidar todas as pessoas que estejam nas cidades, no campo, para se reunirem no dia 21 de fevereiro e bolarem alguma atividade em torno de um ‘livro vermelho'”, destacou Yoshida.
Edição: Rodrigo Durão Coelho/ BdF