Mulher Sem Terra

Camponesas entregam um “rolo de reivindicações” ao INCRA SR-27 e marcham em Marabá (PA)

Mulheres camponesas do sudeste paraense reivindicam seus direitos em frente ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - INCRA e marcham nas ruas de Marabá (PA).
Foto: Lua Carvalho

Da Página do MST

Em Marabá (PA) a concentração foi no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA, onde as mulheres camponesas do sudeste paraense  entregaram um “ rolo de reivindicações” para a instituição, entre elas estão:

  • prioridade da mulher no cadastramento da relação de beneficiários do INCRA,
  • ampliação do Fomento Mulher,
  • políticas públicas de escoamento da produção tais como a implementação de agroindústrias e investimentos para feira agroecológicas,
  • proibição do uso de agrotóxicos com zonas livres de pulverização aérea em áreas de Reforma Agrária;
  • acesso à educação: creches para viabilizar a autonomia da mulher nos processos organizativos, políticos e sociais, e volta dos cursos do PRONERA;
  • acesso a esporte e lazer, principalmente nas áreas de Projetos de Assentamento;
  • acesso a saúde no campo, com construção de Unidades Básicas de Saúde
  • celeridade no processo de obtenção de terra para fins de Reforma Agrária, começando pelas áreas de acampamento já estabelecidas.
  • Cadastramento imediato das famílias acampadas no sistema do INCRA;
  • Garantia de cestas básicas para as famílias acampadas.

A pauta foi entregue ao novo superintendente provisório Claudinei Chalito, que na segunda-feira (11) deverá entregar um documento de compromisso com a pauta dos Movimentos camponeses do sul e sudeste do Pará. Também foi manifestado apoio às servidoras do INCRA que sofreram assédio por parte do ex-superintendente da SR-27, Reginaldo Negreiros, afastado após as denúncias. 

Pela vida das mulheres: fim da violência obstétrica e todas as formas de violência contra a mulher

Desde 2019 o município de marabá acumula denúncias de violência obstétrica dentro do Hospital Materno Infantil, seja pela falta de atendimento até lesões corporais contra mulheres e bebês. Uma situação de calamidade na saúde pública do município leva as mulheres ao medo e desamparo no ato de parir.

Foto: Lua Carvalho

Mulheres do campo e da cidade organizadas na Articulação Feminista de Marabá realizaram e acompanharam mais de 40 denúncias ao Ministério Público, onde grande parte foi arquivada. O hospital que recebe grávidas do sul e sudeste paraense, sofre com o descaso dos profissionais e a superlotação, realizando mais de 600 partos por mês. Durante a marcha foi realizado um ato na Secretaria Municipal de Saúde  em memória às mulheres e bebês que vieram a óbito em decorrência de negligência médica e descaso no atendimento hospitalar.

Foto: Ernesto Soares

As mulheres reivindicam a implementação de uma maternidade regional que consiga atender as demandas de Marabá e municípios vizinhos que dependem do serviço de saúde especializado, a responsabilização dos profissionais que tratam com negligência as grávidas, puérperas e bebês, atuação efetiva do Ministério Público Estadual e dos órgãos municipais de saúde.

Para além da violência obstétrica, um dos dados alarmantes é da violência sexual onde 90% dos casos cometidos no município estão relacionados a meninas e adolescentes. A volta do serviço de denúncia 180, foi amplamente divulgado reforçando a importância de realização das denúncias para responsabilizar os agressores.

A marcha finalizou com uma grande ciranda no centro comercial da cidade, para dialogar com as mulheres trabalhadoras do comércio e reafirmar que o 8 de março é um dia de Luta das mulheres.

*Editado por Leonardo Correia