Palestina Livre!

Jornada realiza vigília em defesa do povo Palestino

Em denúncia às atrocidades de Israel, MST realiza Jornada em solidariedade ao povo Palestino cobrando o fim dos bombardeios e a reconstrução da Palestina
Grande parte da infraestrutura em Gaza já foi destruída. Foto: Reuters

Da Página do MST

Até agora o massacre promovido pelo Estado de Israel contra os palestino já matou mais de 32,5 mil pessoas em Gaza, cerca de 70% mulheres e crianças, e deixou 75 mil feridos, após quase 180 dias de ataques israelenses. Além disso ainda há mais de 8 mil pessoas desaparecidas debaixo dos escombros.

Mesmo após Organização das Nações Unidas (ONU) ter aprovado uma resolução de “cessar-fogo imediato” no último dia 25/03, Israel segue com o massacre. Além da morte, a maioria dos palestinos que ainda resistem enfrentam a fome e a falta de condições básicas de vida, sem água potável, hospitais e remédios, entre outros. Na última quinta-feira (28/03), a Corte Internacional de Justiça (CIJ), principal tribunal de ONU, ordenou que Israel “garanta assistência humanitária urgente” em Gaza e abra mais passagens terrestres para a chegada de ajuda a Gaza por meio de caminhões que levam comida, água, combustível e outros itens de primeira necessidade para a população do território.

Foto de Mohammed Abubakr via pexels.com

Recentemente, o Presidente Lula vêm emitindo declarações internacionais condenando o Estado de Israel pelas atrocidades contra o povo Palestino e cobrado o cessar-fogo. Ele também tem feito vários apelos pelo fim do massacre de Israel contra os palestinos. E já chegou a fazer um discurso público ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, e à comunidade internacional para o fim do que chamou de “a mais grave violação aos direitos humanos no conflito no Oriente Médio”.  

Jornada “Palestina vive, resiste e será livre!”

Foto: MST BA

Em denúncia a esse conjunto de atrocidades cometidas por Israel contra os palestinos, o MST realiza a Jornada “Palestina vive, resiste e será livre!”, entre os dias 28 de março e 5 de abril, com um conjunto de atividades de denúncia, formação e debates sobre a questão palestina, plantio de árvores e vigílias em espaços públicos, para denunciar o financiamento ao Estado de Israel e o apartheid contra o povo Palestino.

Considerando o Dia da Criança Palestina, em 5 de abril, estão previstas agitações nas redes sociais durante o período da jornada, com a participação de diversas organizações, entre ela a Assembleia Internacional dos Povos (AIP). A data destaca os desafios enfrentados pelas crianças palestinas e busca chamar a atenção as condições difíceis em que muitas crianças palestinas vivem, incluindo a violência, a falta de acesso à educação e os impactos do conflito na região. Mais de 11 mil crianças já foram assassinadas pelo Estado de Israel desde outubro.

Nesta sexta-feira (5), a partir das 10h, diversos movimentos e organizações sociais e populares também realizam, uma marcha em direção ao Consulado de Israel e um Ato Político, na capital paulista, em denúncia ao genocídio das crianças palestinas na Faixa de Gaza.

A dirigente do Coletivo de Juventude do MST, Renata Menezes, explica que neste momento os movimentos sociais e populares ao redor do mundo tem um papel fundamental na defesa do povo da Palestina e a denúncia do genocídio cometido por Israel contra esse povo.

“Queremos mostrar que a luta palestina não está só e que Israel é um Estado criminoso, assassino, que está exterminando um povo e seu direito soberano à terra. Queremos que o bombardeio em Gaza cesse imediatamente, mas também é preciso exigir a reconstrução do país, das vidas sobreviventes ao genocídio e garantir todo o direito de um povo que dia-a-dia vem resistindo, perdendo vidas, mas nunca perdendo o sonho e a esperança com firmeza”, afirma.

Renata chama atenção aos movimentos populares e trabalhadores/as Sem Terra sobre a importância de seguir mobilizados na luta pela libertação da Palestina e cobrar os outros países a fazer algo para deter o massacre de Israel. “Pois, se os povos do mundo não continuarem a se levantar contra o genocídio, nós teremos falhado de forma irreparável enquanto humanidade”.

Foto: MST BA

Como parte das ações da Jornada, no sábado (30), Dia da Terra Palestina, os/as trabalhadores/as do MST realizam o plantio de árvores, debates, pintura de painéis e atividades culturais em homenagem e solidariedade ao povo Palestino em acampamentos, assentamentos e áreas da Reforma Agrária em vários estados.

O Dia da Terra Palestina relembra a memória de seis camponeses palestinos assassinados pelo exército israelense durante um protesto contra o roubo de suas terras na área de Al Jahil, em 30 de março de 1976. Na data a população palestina da Galileia, hoje no território israelense, declarou uma greve geral para protestar contra a expropriação de suas terras. A paralisação foi uma reação ao anúncio do plano do governo israelense de expropriação de uma área por “razões de segurança e para construção de assentamentos”. Desde então, a data é conhecida com Dia da Terra com homenagens, mobilizações e protestos em várias partes do mundo.

Painel pintado por militante do PR em homenagem ao povo Palestino. Foto: Isabela Cunha

A luta pela democratização da terra e pela Reforma Agrária também traz presentes os valores do internacionalismo e da solidariedade em torno da luta pela terra e pelos territórios dos povos em todo o mundo. Por isso, o MST seguem cobrando a libertação do povo Palestino e do seu território, diante da invasão histórica e do massacre do Estado de Israel.

“As poesias palestinas posicionam a terra e a árvore como trincheiras inegociáveis, e isso tem muito a ver com toda a luta pela terra no Brasil. A luta pela terra é a luta pela vida, para os povos do campo. É também a luta dos povos, da humanidade, pela soberania. Defendê-la é parte da gênese do MST, pelo seu compromisso internacionalista e por ser parte do projeto que acreditamos, de um mundo sem guerras, sem injustiça, sem genocídios, onde as crianças e todos possam ser livres juntos à própria terra”, completa Renata.

*Editado por Fernanda Alcântara