Defensor da Reforma Agrária

Papa Francisco é homenageado durante abertura de conferência do MST

Monge Marcelo Barros garante que Papa gostaria de ter participado da Feira da Reforma Agrária

Monge Barros lembra legado de humildade e humanidade de Papa Francisco. Foto: Sara Gehren

Por Kátia Marko
Da Página do MST/Equipe de texto da 5ª Feira da Reforma Agrária

A principal conferência da V Feira Nacional da Reforma Agrária sobre Agroecologia: produzir alimentos e enfrentar a crise climática, na manhã deste sábado (10), no Palco Arena “Papa Francisco”, contou com a abertura cultural da Orquestra de Sanfona Marinês. 

Integrada por militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a orquestra nasceu no I Encontro de Cultura do movimento, com a visão da importância da arte e da mística na construção de outra sociedade. A apresentação foi finalizada com toda a plenária cantando o Hino do MST, em um momento emocionante.

Stédile lembra que Papa Francisco abençoou bandeira do MST em evento na Itália, em 2024. Foto: Sara Gehren

Para o monge, o segundo legado é o diálogo. “O papa João 23 foi o primeiro a puxar o diálogo na igreja Católica em 1958. Defendeu voltar ao evangelho de Jesus e atualizar-se.  Os dois papas anteriores de Francisco não quiseram isso. Francisco fez quatro encontros com nossos dirigentes dos movimentos sociais. Inclusive João Pedro Stedile esteve num destes encontros. Francisco fez isso para apoiar os movimentos sociais porque acreditava no diálogo a partir da caminhada, a partir dos pobres.”

Por fim, destacou que o terceiro grande legado é o cuidado da Terra, a vida em comunhão com a mãe terra. Lembrou da importância da encíclica Laudate Daem sobre a crise climática.

Esse momento de abertura também contou com a fala do monge Marcelo Barros, importante parceiro no movimento. Ele trouxe um pouco do legado do papa Francisco para mudar o mundo. “Se ele pudesse estaria aqui com a gente nessa feira”.

Esse momento foi finalizado com uma homenagem ao padre Josimo, morto em 10 de maio de 1986. Barros recordou que Josimo foi avisado de que poderia morrer e que deveria deixar Imperatriz, no Maranhão, mas que ele disse que se os demais 40 Sem Terra não pudessem sair, ele também ficaria.

Nascido em Marabá (PA) no ano de 1953, Josimo Morais Tavares mudou-se com a família, devido a uma grande enchente em 1957, para o município de Xambioá (GO). A partir dos 11 anos de idade, Josimo ingressou no Seminário Menor Leão XIII, na cidade de Tocantinópolis (TO). Ele também estudou filosofia no estado de São Paulo, retornou a Goiás como padre e, posteriormente, assumiu a coordenação da Comissão Pastoral da Terra Tocantins (CPT-TO). O mártir foi assassinado em Imperatriz, no Maranhão, a mando de latifundiários da região do Bico do Papagaio, no Tocantins.

* Editado por Mariana Castro