Formação de educadores debate o lugar da infância na Reforma Agrária Popular

Na programação do curso, os educadores tiveram uma série de oficinas com brincadeiras infantis, construção de brinquedos e resgate das músicas utilizadas com as crianças ao longo da história do MST.
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Por Gustavo Marinho
Da Página do MST

 

“Pensar a formação das crianças e trabalhar a infância no MST é uma tarefa importante para o todo do nosso movimento, pensando a formação política de nossas crianças, estimulando sua criatividade e crítica”, destacou Márcia Ramos, do Coletivo Nacional de Educação do MST.

Márcia ressalta a tarefa das educadoras, educadores e militantes do Setor de Educação do MST da região Nordeste que realizaram o Curso Regional de Formação de Educadores Infantis do MST, em Alagoas, no Centro de Formação Zumbi dos Palmares, entre os últimos dias 24 a 28.

 

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Reunindo representantes de toda a região, o curso, além de ser um espaço de troca de experiência entre as educadoras e educadores da região a partir das cirandas infantis, das jornadas Sem Terrinha e das diversas atividades desenvolvidas pela Frente de Infância do MST, possibilitou debates estruturais para a compreensão do lugar e do papel da infância no projeto de Reforma Agrária Popular.

“A região Nordeste tem se destacado na tarefa de retomada de refletir sobre a formação das crianças em nosso Movimento, pensando o lugar da infância na Reforma Agrária Popular e no Movimento Sem Terra”, disse Márcia. “E para esse desafio é fundamental o processo de formação dos nossos educadores e educadoras infantis, a partir de uma perspectiva contra hegemônica, que possibilite uma educação transformadora”.

De acordo com Ramos, o Curso apontou para o conjunto do MST algumas questões fundamentais para aprofundar os debates e ações com as crianças na organização. “Desde pensar as características da infância brasileira e sua relação com o trabalho, passando pelo debate das brincadeiras e sua mistura de cultura com a agricultura, ao debate da alimentação saudável, são alguns dos elementos que surgem como centrais para debater a infância Sem Terra”.

 

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“Nesse sentido, temos acumulado e sistematizado um programa de formação para as nossas crianças e educadores, com oito eixos que contemplam desde a compreensão do trabalho como princípio educativo, a agroecologia e internacionalismo”, finalizou.

Ao longo da programação do curso, as educadoras e educadores tiveram uma série de oficinas com brincadeiras infantis, construção de brinquedos e resgate das músicas utilizadas nos momentos de atividades com as crianças ao longo da história do MST.

De acordo com Luana Pommé, do Setor de Educação do MST em Alagoas, o resgate das brincadeiras e canções são importantes para o processo de fortalecimento da identidade das crianças Sem Terra. “É preciso que a formação com as nossas crianças nos acampamentos e assentamentos seja uma formação que respeite, preserve e valorize a nossa cultura e a nossa identidade de classe trabalhadora, nisso as brincadeiras, músicas e atividades cumprem um importante papel”.

As educadoras e educadores visitaram também a Ciranda Infantil Dorcelina Folador, no assentamento Milton Santos, em Atalaia, espaço inaugurado em 2011, fruto do processo de luta do MST para a construção de um local que pudesse receber as crianças dos assentamentos e acampamentos da região, além das crianças que vivem nos povoados próximos. A Ciranda que é conduzida politicamente pelo MST, recebeu a visita dos educadores dos estados do Nordeste que conheceram a experiência da Ciranda Infantil no estado, além de realizarem uma série de atividades de embelezamento, brincadeiras e debates no local.

 

 

*Editado Por Rafael Soriano