Construção coletiva: diversas iniciativas possibilitam a vinda dos Sem Terrinha à Brasília
Por Iris Pacheco
Da Página do MST
Fotos: Juliano Vieira
Quem chega e sente o cheiro bom nas proximidades da cozinha, não imagina o processo de construção coletiva que envolveu a organização desse espaço para o 1° Encontro Nacional das Crianças Sem Terrinha.
De Norte a Sul do país, foram diversas iniciativas: realização de rifas, almoços e confraternizações nos assentamentos, mas, principalmente, a arrecadação de produtos dos acampamentos e assentamentos.
De acordo com Esther Hoffmann, coordenadora do espaço, para o encontro das crianças Sem Terrinha, houve todo um esforço dos estados onde o Movimento está organizado, que vai desde a preparação prévia para o Encontro, onde o debate da alimentação saudável aparece como elemento central, até sua realização em Brasília.
“No MST realizamos a campanha sobre alimentação saudável, que também envolve atividades pedagógicas nas escolas do campo, onde a gente trabalha esse elemento, desde a merenda escolar para a construção de um debate consciente sobre outros hábitos alimentares, que também se configura como um ato político”, comenta.
A cooperação como fortalecimento e qualificação da produção
Quando falamos de Reforma Agrária Popular, falamos de alguns valores fundamentais para as relações de outra sociedade, como a cooperação, a solidariedade, a partilha, e principalmente, a unidade em torno de um projeto político para o campo que garanta a diversidade de alimentos para os que aí vivem e para a sociedade brasileira.
Para o Encontro Nacional das Crianças Sem Terrinha o Movimento se mobilizou em um grande mutirão de arrecadação de vários alimentos, desde in natura, frutas, verduras, feijão, arroz, leite, queijo, manteiga, chocolate, rapadura, ovos etc., para contribuir e garantir esse processo.
Segundo Esther, a equipe da cozinha também passou por um processo anterior de preparação sobre a importância do Encontro e o debate sobre alimentação saudável a partir da prática concreta de alteração dos nossos hábitos, que tem tudo a ver com o projeto de Reforma Agrária Popular do MST.
Esther ainda dialoga sobre essa mobilização e o processo de cooperação a partir da produção de alimentos saudáveis. “Nossa luta central é pela terra, para que ela cumpra a sua função social alimentando a sociedade de forma saudável. E também possamos construir novos processos, que sejam coletivos e fortaleçam a produção e distribuição desses produtos.”
*Editado por Gustavo Marinho