Assentamento Mário Lago celebra 16 anos de luta e conquista
Da Página do MST
Neste domingo, (25) aconteceu a festa dos 16 anos de existência do assentamento Mário Lago, do MST, na antiga Fazenda da Barra, em Ribeirão Preto.
Amigos, amigas, lideranças comunitárias, lideranças políticas, artistas e aliados confraternizarmos durante todo o domingo com muita música, falas e comidas provenientes da Reforma Agrária.
Kelli Mafort, da direção nacional do MST, lembrou que o assentamento Mário Lago tornou-se, com o passar dos anos, uma referência agroflorestal para todo o país. Atualmente, 35% de toda a área é destinada para reserva ambiental, onde o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra utilizam uma parte para a implementação de SAFs (Sistema Agroflorestal).
Ela lembrou que a conquista da Fazenda da Barra para fins de Reforma Agrária apresentou à população de Ribeirão Preto um modelo de produção de alimentos saudáveis, com justiça social e preservação do meio ambiente: “Essa fazenda, que hoje é assentamento de reforma agrária, está edificada sobre um dos maiores reservatórios de água do mundo, o Aquífero Guarani”, afirmou.
Para Kelli, o projeto é símbolo desta luta. “Os trabalhadores e trabalhadoras que estão assentados aqui barraram empreendimentos imobiliários, condomínios fechados, produção de cana de açúcar com pulverização de agrotóxicos. Nesse pedaço do Brasil estamos preservando o meio ambiente, mais do que isso, produzindo comida de verdade”.
O MST comercializa diretamente, sem intermediários, a sua produção agroflorestal seja por meio da comercialização das suas cestas agroflorestais, seja em um dos 7 pontos de feira espalhados pela cidade.
Além disso, o assentamento Mário Lago conta com as Cooperativas Combater e Comuna da Terra, fruto da luta das trabalhadoras e trabalhadores, com o passar dos anos, a população conquistou o “Memorial Sebastião Leme”, onde se desenvolve políticas públicas voltadas para a área da Saúde.
Atualmente, o MST em Ribeirão Preto luta para implementar dentro do assentamento Mário Lago uma escola do campo. Esta escola, inicialmente, será destinada à Educação Infantil. “É desse modo, comunidade, companheiros e companheiras, assentados unidos que nós podemos chegar em nossos objetivos”, lembra Kelli.
Realização concreta de uma conquista da Reforma Agrária, o assentamento Mário Lago tornou-se um exemplo de que um outro modelo de sociedade é possível. Sobre isso, afirmou Kelli Mafort: “Nós temos que combater essa conjuntura toda que está colocada na sociedade, esse projeto de morte, de destruição dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores mas também de destruição ambiental.”
Ela concluiu reafirmando a importância do combate no discurso, na luta, mas também construir contrapontos concretos a esse projeto. “Aqui (no Assentamento Mário Lago) é um pedacinho disso. É possível destruir esse projeto que está no poder e a forma de derrotar é construir mais assentamentos de reforma agrária, é apoiar os sem teto para que conquistem o seu direito de moradia, é apoiar as comunidades indígenas, as comunidades quilombolas. Com certeza nós podemos e devemos derrotar esse projeto”, concluiu.
*Editado por Fernanda Alcântara