Do acampamento Maila Sabrina para a Vigília Lula Livre: por terra e liberdade

Comunidade Maila Sabrina se revezam no apoio à Vigília Lula Livre, em Curitiba, desde abril de 2018
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Camponesas e camponeses do MST se revezam no apoio à Vigília. Foto: Valmir Fernandes

Por Hirlana Hatita Prado de Oliveira, Matheus Lauer, Maikom Rodrigo de Chaves Toebe*
Da Página do MST

 

Durante os mais de 540 dias da prisão injusta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, as camponesas e camponeses do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se revezam no apoio à Vigília Lula Livre, que está bem ao lado do local onde ele está preso, em Curitiba. Desde o dia 7 de abril de 2018, dezenas de brigadas do Movimento já passaram pela Vigília. 
 

Na última quinzena foi a vez da comunidade do acampamento Maila Sabrina contribuir nessa luta histórica e fortalecer as tarefas que mantém o dia a dia da Vigília. Eles vieram de Ortigueira, no Paraná e, além da luta pela liberdade de Lula, o Maila está na resistência pelo direito à terra e na construção da Reforma Agrária Popular. Depois de 17 anos de ocupação de uma fazenda improdutiva, as cerca de 400 famílias do Maila Sabrina estão sofrendo uma forte ameaça de despejo, mas seguem firmes na produção e no desenvolvimento comunitário. 
 

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Horta plantas medicinais. 
Foto: Setor de Comunicação MST/PR

Marcelo do Nascimento, integrante da direção da comunidade Maila Sabrina, reforça que o acampamento está contribuindo e sempre está em luta, fazendo parte e lutando pela liberdade de Lula. “Todo mundo deixa os seus cuidados na casa, todo mundo tem sua produção no acampamento, tem sua família, mas é importante que todo mundo dedique um pouco do seu tempo pra vir aqui participar dessa causa nacional e internacional”.
 

Saúde Popular e horta 
 

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Espaço de saúde da vigília.
Foto: Setor de Comunicação MST/PR

Na vigília Lula Livre há um espaço de Saúde Popular, onde são oferecidos vários tipos de terapia alternativas, como massoterapia, auriculoterapia e acupuntura. No atendimento aos participantes da Vigília também são oferecidos chás e componentes naturais e orgânicos, muitos deles produzidos a partir da horta de plantas medicinais do espaço Marielle Vive, que um companheiro do nosso acampamento cuidou ao longo de todos os dias. O Setor de Saúde do MST está muito presente na organização desse espaço, replicando as práticas do Movimento aqui na Vigília.  
 

Alimentação
 

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Cozinha da Vigília Lula Livre
Foto: Setor de Comunicação MST/PR​

A cozinha da Vigília fica localizada na “Casa Lula Livre”, pouco mais de 500 metros da Superintendência da Polícia Federal, aonde ficaram alojadas e também fizeram as refeições. A partir do revezamento para o trabalho, os companheiras e companheiros prepararam as refeições, como café, almoço, jantar. Com muito carinho, o coletivo responsável pela cozinha também preparou “bolinho de chuva, que nos ajudou a matar a saudade de casa&”39;, afirmou uma das companheiras.
 

Não pode faltar o chimarrão!
 

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Roda de Chimarrão
Foto: Setor de Comunicação MST/PR​

Durante esses dias na Vigília, também sobrou um tempinho para a roda de chimarrão entre amigos e companheiros, que se reúnem para trocar ideias e fortalecer amizades. Todas as pessoas que passam pela Vigília Lula Livre são muitos bem recebidas e incluídas nesse imenso movimento que reúne gente de vários cantos do Brasil. 
 

Formação 
 

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Formação no Espaço Marielle Vive, dentro da 
vigília. Foto: Setor de Comunicação MST/PR

Esses dias de resistência também foram tempos de estudo e formação política e técnica, como por exemplo oficinas de música, comunicação, fotografia, simbologia do Movimento. As formações aconteceram especialmente no Espaço Marielle Vive de Formação e Cultura, que fica a menos de 70 metros da Superintendência da Polícia Federal. 

“O estudo e o trabalho da formação que nós tivemos aqui foi muito importante. A gente aprendeu muito e vai conseguir levar e repassar pros companheiros que ficaram na base. Eu mesmo, como militante, vou me dedicar mais e ajudar a construir a organização”, disse Ademar Ramos Godoy, morador do Maila Sabrina, que pela primeira vez visitou a Vigília Lula Livre. 
 

Dia de expectativa 
 

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Assentados com presidente do PT Gleisi Hoffmann
Foto: Setor de Comunicação MST/PR

No dia 30 de setembro, o acampamento Maila Sabrina presenciou um momento no qual o presidente Lula decidiu se aceitaria ou não o regime semi-aberto. Mas, como dito outras vezes por ele, “eu não troco a minha dignidade por minha liberdade”. Esse dia de grande expectativa deu a oportunidade de estar ao lado da presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e também do candidato à presidência da república Fernando Haddad, que visitaram o presidente Lula e depois a Vigília Lula Livre.
 

Nossas saudações a Lula 
 

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Foto: Setor de Comunicação MST/PR

O “Bom dia”, “Boa tarde” e “Boa noite” ao presidente Lula são momentos de pura emoção, quando nós, brasileiros, sentimos na pele a dor de ter um ícone tão importante da nossa história preso injustamente. Nesses momentos se tem a oportunidade de expressar e colocar para fora o grito por Justiça, “pois não aceitamos que o nosso país seja tratado assim. É também nesse momento que podemos manifestar nosso apoio e carinho para o nosso companheiro Lula. Nós do Maila Sabrina ficamos orgulhosos de fazer parte desse momento histórico”, concluiram. 

*Colaborou: Setor de Comunicação e Cultura do MST-PR 
** Editado por Fernanda Alcântara