Saúde Popular
No Ceará, formatura celebra 1ª turma de Agentes Populares de Saúde do Campo
Por Aline Oliveira
Da Página do MST
Na tarde deste sábado (02/10) aconteceu o encerramento do curso de Agentes Populares de Saúde do Campo -CE, em atividade realizada no Centro de Formação Capacitação e Pesquisa Frei Humberto em Fortaleza. A ação contou com a participação de representantes dos agentes das brigadas, representantes de alguns parlamentares, Rede de Médicas e Médicos Populares, Fiocruz e militantes do MST.
A turma encerra com 31 Agentes Populares de Saúde, que tem a tarefa de continuar o acompanhamento e orientação as famílias Sem Terra de assentamentos e acampamentos nos municípios de Santana do Acaraú, Santa Quitéria, Crateús, Canindé, Amontada e Miraíma, contemplando mais de 700 famílias e cerca de 2500 pessoas.
Fatiele Moura, uma das educandas do curso e agente popular de saúde no assentamento Bonfim Conceição, em Santana do Acaraú, agradeceu a Fiocruz, a Rede de Médicas e Médicos Populares e ao Setor de Saúde do MST. “O curso nos possibilitou realizar diversas ações a partir das formações que tivemos; a gente pôde ir até as famílias orientar, distribuir máscaras, e de certa forma prevenir o contato com o vírus. Meu sentimento hoje é de gratidão por estar realizando esse trabalho”, destacou.
“Os movimentos populares, em especial o MST, têm carregado ao longo dos tempos a defesa da vida, da soberania dos povos e em momentos como esse é hora de reafirmar os três pilares principais da nossa trajetória: a organização, a formação e a luta. E formar agentes populares é fazer da formação uma prática a partir das necessidades de um povo, olhando para nossos territórios como espaço de vida, de dignidade, de liberdade, e reafirmar nosso lema de sempre ‘Saúde é a capacidade de lutarmos contra tudo aquilo que nos oprime'”, afirma Leandro Araújo, médico, militante o MST e membro da rede de Médicas e Médicos Populares.
Kelha Lima, da direção nacional do MST Ceará, acrescenta: “a pandemia ainda não acabou, nosso desafio é gigante, e participar de um momento como esse nos enche de esperança. Sabemos o quanto é difícil o acesso a políticas públicas, nossos agentes populares tem cumprido essa tarefa importantíssima de cuidar do nosso povo, de orientar de buscar saídas para que o vírus não tome conta dos nossos territórios. Nós precisamos muito de vocês, que essa formação seja apenas um passo pra gente continuar mantendo a nossa existência e resistência, dias desafiadores ainda nos esperam. Vivemos uma conjuntura de muitos desafios, aqui fica nossa gratidão por todo esforço desse coletivo de realizar as formações e a prática realizada nos nossos territórios por cada um e cada uma de vocês”, afirmou durante a cerimônia.
Durante o ato de encerramento foi apresentado um aplicativo criado a partir das iniciativas de alunos do mestrado em saúde do Programa Pós-graduação da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).O médico Fernando Paixão, mestrando em Políticas Públicas na Fiocruz, apresentou a primeira experiência e ressalta que “o aplicativo móvel é para facilitar o trabalho dos agentes populares, mesmo em área sem conexão com a internet é possível coletar dados e partir da coleta destes dados ter uma melhor atuação nos territórios em que estamos desenvolvendo o projeto”.
A primeira turma de Agentes de Saúde Populares do Campo é uma organização de alunos do mestrado em Políticas Públicas da Fiocruz, Setor de Saúde do MST Ceará e Rede de Médicas e Médicos Populares.
A 2º Turma de Agentes populares de Saúde do Campo já está em andamento, com 50 participantes, abrangendo mais comunidades e novos municípios como Itapipoca, Independência, Ararendá e Trairi. As aulas acontecem no formato virtual pelo plataforma zoom, toda quinta-feira, de 19h as 21h.
*Editado por Fernanda Alcântara