Mobilização

Assembleia da Juventude da Via Campesina debate Acampamento Nacional, em outubro

Acampamento acontece de 14 a 18 de outubro, em Brasília, com a participação de 5 mil jovens de vários movimentos populares, dos povos do campo, das águas e florestas
Atividade contou com a participação de cerca de 200 jovens da Via Campesina Brasil. Foto: Adilvane Spezia/MPA

Da Página do MST

Embalados pela mística e animação dos jovens do campo, da águas e das florestas, em preparação ao Acampamento Nacional da Juventude da Via Campesina, que acontece de 14 a 18 de outubro, em Brasília, no último sábado (2), jovens de vários movimentos populares do campo, realizaram a Assembleia Nacional da Juventude da Via Campesina, de forma online.

A atividade contou com a participação de cerca de 200 jovens de vários movimentos da Via Campesina pelo país, com debates sobre a conjuntura de luta política e social para os jovens no campo hoje, com Renata Menezes, do Coletivo de Juventude do MST. Bem como o compartilhamento de informações sobre o calendário e a organização coletiva da juventude nos territórios e nos movimentos para participar do acampamento em Brasília, trabalhado pela jovem Olga Santana do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), de Rondônia.

Com o tema: Juventude em Luta, por Terra e Soberania Popular! O objetivo do acampamento é ser um espaço massivo e projetar a formação da juventude, da Via Campesina para o trabalho de base nos movimentos populares do campo, das águas e das florestas no próximo período. E denunciar as crises do capitalismo, anunciando a necessidade da democratização da terra, a partir da Reforma Agrária, para combater a fome e garantir os territórios como um lugar de vida para a juventude e os demais sujeitos nesses territórios.

Renata Menezes. Foto: Reprodução

“O Acampamento está dentro de uma tática de acumulo de forças que a gente precisa construir para disputar novamente um novo projeto de sociedade, em que coloque no debate da fome, a alternativa da alimentação saudável, da agroecologia. A necessidade de construir soberania e segurança alimentar a partir da Reforma Agrária, da regularização das terras quilombolas, do combate ao avanço dos grandes projetos da mineração, das hidrelétricas, da especulação imobiliária; nos territórios indígenas, territórios de comunidades tradicionais, assentamentos e nas áreas de litoral”, afirma Renata.

Renata falou ainda sobre o papel do Acampamento da Via Campesina em propor alternativas no enfrentamento à crise ambiental no Brasil. “Dentro da crise ambiental temos que colocar a necessidade da agroecologia para recuperar essa relação entre o ser humano, a sociedade e a natureza. A agroecoloiga sendo esse lugar de novas relações humanas, livre de monocultivos e contemplando toda a diversidade dos corpos e dos pensamentos”.

Olga Santana, do MPA de Rondônia, explica que a meta do Acampamento é reunir 5 mil jovens, que vêm se organizando em diversos processos desde a base social de cada movimento popular do campo, das águas e florestas, como no MST, MPA, MAB, entre os povos indígenas, quilombolas, entre outros. Nesse sentido, nos territórios do MST, o desafio é intensificar a mobilização junto aos estados na construção da mística e simbologia do Acampamento e garantir as articulações para o transporte dos jovens até Brasília.

Olga Santana. Foto: Reprodução

O Acampamento também conta com a dimensão internacional na luta de classe e solidariedade entre os povos, na tentativa de apontar para a juventude os inimigos de classe, como o agronegócio, que precisa ser combatido, pois seu projeto espalha a morte e a destruição no campo. Deve ainda pensar alternativas de renda para a permanência dos jovens no campo, pois nos últimos dez anos, muitos jovens migraram para centros urbanos por falta de oportunidade e geração de renda.

A atividade também tem como papel central a construção de uma pauta em comum, que reúna as demandas e pautas da juventude da Via Campesina Brasil, para a reconstrução do país em uma perspectiva que contemple a vida desses jovens.

“Esse acampamento precisa forjar uma pauta da juventude que está no campo. Precisa colocar o quanto a gente quer de escola, de renda, de arte, de esporte, lazer, internet, estrada. Para um país que garanta as condições de vida e o desenvolvimento a essa juventude”, conclui Renata.

*Editado por Fernanda Alcântara