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Mulheres Sem Terra no MT ocupam sede da Assembleia Legislativa em Cuiabá
Por Vytoria Pachione
Da Página do MST
Na manhã desta sexta-feira (08), mais de 200 mulheres do campo, das águas, florestas e cidades oriundas das várias regiões do estado, ocuparam a sede da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, para denunciar como a atuação dos deputados estaduais colabora para a perpetuação da violência no campo e cidade contra as mulheres.
Com o lema: “Lutaremos! Por nossos corpos e territórios, nenhuma a menos!”, as mulheres pautam a inconstitucionalidade do Projeto de Lei Nº 12.430/2024 de autoria do Deputado Claudio Ferreira, que relativiza os direitos sociais historicamente conquistadas pela classe trabalhadora, amplia a potencialidade dos conflitos e violência no campo e não resolve o problema das/os trabalhadoras/os precarizadas/os que necessita de políticas assistenciais.
A Lei corrobora com a política fascista do Partido Liberal (PL) e com a comissão parlamentar, chamada de “Invasão Zero”, que em vez de resolver o verdadeiro problema de grilagem de terras no país, causado por latifundiários criminaliza as/os trabalhadoras/es que estão em luta pela terra.
O Projeto de Lei defende os interesses de grupos de milícias de fazendeiros, que tem causado medo e violência em todo país. “Com esses projetos de Lei não temos dúvidas em afirmar que esses deputados tem nas mãos as marcas sangrentas do latifúndio em nosso estado”, denunciam as mulheres do MST.
No bojo da celebração do Dia Internacional das Mulheres trabalhadoras, as mulheres também repudiam as práticas misóginas de outro deputado da Assembleia Legislativa do Estado, que no auge de seus delírios comparou as mulheres à “vaca”. E na sua atuação tem sistematicamente atacado os direitos das mulheres, como no caso do direito ao aborto em caso como o estupro. Em que, vez de condenar o verdadeiro criminoso, o homem que estupra e comete crime, o dito deputado ataca as vítimas.
Por esses tipos de posturas, por parte de deputados que atacam os direitos das mulheres, o Estado do Mato Grosso é um dos mais violento contra as mulheres, e em 2023 teve a mais alta taxa de feminicídio do país.
Na sequência, as mulheres se deslocaram para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) do estado, onde denunciaram a paralisação da Reforma Agrária, chamada por elas de “prateleira vazia”, buscando respostas para o assentamento dos Sem Terra no estado, visto que há acampamentos que permanecem mais de 15 anos esperando uma atuação e posicionamento do órgão.
A ação das mulheres na Assembleia Legislativa faz parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Sem Terra, que ocorre em todo o país de 06 a 08 de março.
*Editado por Solange Engelmann