Abril de Lutas
MST ocupa Secretaria de Educação do Ceará por melhorias na educação do campo
Por Aline Oliveira
Da Página do MST
Na manhã desta quarta-feira, 17, cerca de 500 trabalhadores/as Rurais Sem Terra ocupam a sede da Secretária de Educação do Estado do Ceará, dentre eles educadores/as, educandos/as, gestores e pais. Os manifestantes tem como objetivo reafirmar a educação do campo enquanto direito, denunciar o descaso com as escolas dos assentamentos de Reforma Agrária e exigir melhorias na infraestrutura das escolas, bem como a construção de novas escolas.
A ação faz parte da Jornada Nacional de Luta em Defesa da Reforma Agrária, que teve início na ultima segunda-feira, 15, e faz alusão ao Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 17 de abril de 1996, com o assassinato de 21 Sem Terra no estado do Pará, originando o marco do dia Internacional da Luta Camponesa.
Este ano, com o lema “Ocupar para o Brasil alimentar”, a jornada nacional de luta do MST apresenta para a sociedade a Reforma Agrária como alternativa urgente e necessária para a produção de alimentos saudáveis para a população do campo e da cidade. Com o objetivo de combater a fome e avançar no desenvolvimento do país. Além da pauta do combate a fome os Sem Terra reivindicam melhorias de vida no campo brasileiro, com pautas estruturais no âmbito estadual e federal.
A educação é um direito e ao realizarmos esta ação queremos que a SEDUC e o governo do estado resolva nossa pauta que não é nova, mas que se prolonga por não ser atendida, a nossa pauta é política e econômica que compete a própria secretaria como a contratação do quadro de serviço geral das novas escolas, aditivos de estradas com prefeituras, reformas e ampliação das escolas já em funcionamento, o reconhecimento das escolas do campo através da institucionalização e concurso público específico”.
Maria de Jesus, da Direção do Setor de Educação
Helder Nogueira, Secretário Executivo da Secretaria de Educação, destaca que a secretária está sempre de portas abertas para receber os movimentos sociais do campo e da cidade e destaca que “a SEDUC é um espaço democrático, nós entendemos que a educação deve contemplar todo povo cearense na sua diversidade nas suas organizações da sociedade civil”.
Sobre a pauta de reivindicação, Helder disse já ter conhecimento de boa parte e que a Secretaria dialoga permanente com as escolas do campo e o setor de educação do MST. “Nós temos uma coordenadoria específica que acompanha a política de educação do campo aqui na Seduc que é a COCIQ, e temos agora no governo Elmano uma secretaria executiva que olha com mais atenção as pautas políticas da educação do campo. Com certeza vamos avançar em alguns pontos e seguir em dialogo”.
No Ceará, além da ocupação do prédio da Secretaria de Educação, o MST também ocupou uma área de 800 hectares no perímetro do lago de fronteiras em Crateús, e reivindica a desapropriação de 5 mil hectares de terra para fins de Reforma Agrária.
*Editado por Fernanda Alcântara