A questão agrária no Brasil / Volume IV – História e natureza das Ligas Camponesas – 1954-64

Com textos de Clodomir Santos de Morais, Bernardete W. Aued, Joseph A. Page e Vandeck Sdantiago. O quarto volume tem o objetivo de divulgar as experiências de luta e as iniciativas de organização das Ligas Camponesas na luta pela reforma agrária. Destruídas fisicamente pela violência da ditadura militar, as Ligas permanecem hoje como importante referência para os movimentos sociais no campo, principalmente o MST.

Editora Expressão Popular
ISBN: 85-87394-78-9
Número de páginas: 224

Resenha:
Este livro, o volume IV da coleção “A questão agrária no Brasil”, faz uma homenagem às Ligas Camponesas, que foi o principal movimento das massas camponesas de 1954 a 1964 no Brasil. Primeiramente, destacamos o trabalho realizado por Clodomir Santos de Morais, em cuja bagagem vamos encontrar a experiência de sua prática política, como líder que foi das Ligas. A recuperação de suas anotações e memória tornou possível a elaboração, a distância no tempo (de 1969) e no espaço (no seu exílio na Suíça), de uma minuciosa “História das Ligas Camponesas do Brasil”. Em seguida, temos um texto da historiadora e socióloga, professora Bernardete W. Aued, que examina, com distanciamento e com base em pesquisas, o que foi esse movimento social, suas contradições internas e as influências que recebeu. O terceiro texto é de Joseph A. Page, conhecido estudioso de assuntos brasileiros, escrito alguns anos após o desfecho golpe militar/destruição das Ligas, que teve o mérito de contextualizar, em termos socioeconômicos, o que esse “fenômeno” representou no período, inclusive da perspectiva do imperialismo estadunidense e sua relação com um país dependente, nos oferecendo a oportunidade de entender melhor as revoltas dos camponeses e a terrível repressão que se abateu sobre eles. Por último, um recente trabalho (de 2004) do jornalista pernambucano Vandeck Santiago, que, estimulado pela repercussão que a herança histórica das Ligas Camponesas ainda provoca no Nordeste, mesmo quatro décadas após sua destruição, interpretou, com olhos do século 21, o que representaram e representam essas lutas, ajudando-nos a compreender a sua importância. Nos Anexos, vamos encontrar alguns documentos históricos, como o estatuto das Ligas e textos publicados no jornal “A Liga”, que serviam basicamente para seus quadros e seus apoiadores na cidade.