Plantas doentes pelo uso de agrotóxicos – A teoria da Trofobiose

Autor: Francis Chaboussou

Este livro traz a comprovação científica que faltava a respeito dos malefícios dos agrotóxicos e fertilizantes químicos solúveis à agricultura. O autor expõe com clareza e linguagem acessível a problemática do controle de pragas e doenças através de venenos. Fartamente documentado com pesquisas, mostra como os agrotóxicos e fertilizantes químicos solúveis predispõem e desencadeiam desequilíbrios, favorecendo as pragas e provocando o surgimento de novas doenças e viroses. O ponto culminante da obra é a formulação da teoria da trofobiose: a saúde das plantas está intimamente ligada à saúde de seu habitat, e este lhe permite uma alimentação equilibrada, fonte de resistência aos fatores adversos, não permitindo a instalação de pragas, desenvolvimento de doenças e manifestação de viroses.

Francis Chaboussou
Editora Expressão Popular
Número de Páginas: 320 páginas
ISBN: 85-87394-93-2

Resenha:
Francis Chaboussou, ao enunciar a teoria da trofobiose, lançou um dos pilares da agroecologia. Ao longo desta obra, o leitor encontrará uma sólida argumentação científica, demonstrando que os parasitas não atacam as plantas cujos sistemas nutricionais estejam equilibrados; em contrapartida, são os fertilizantes solúveis e os agrotóxicos que os atraem, gerando, assim, um ciclo de dependência. As pragas e doenças vegetais hoje chegam à casa do milhar, com o uso crescente desses agrotóxicos e fertilizantes. Resultantes desse processo está o fracasso da “revolução verde” e do “agronegócio”, com suas lamentáveis e sombrias conseqüências para o planeta. O equilíbrio da composição mineral do solo é condição sine qua non para a sua fertilidade; o problema está em como alcançar esse equilíbrio. Nesta obra pioneira, Chaboussou, mostra como o equilíbrio biocenótico da fertilidade do solo propicia a produção de alimentos limpos, sem uso de agrotóxicos ou fertilizantes químicos. Aí está, para os cientistas e para os agricultores pesquisadores, a base de uma tecnologia da vida – a agroecologia -pela qual se propõe alcançar a maravilhosa harmonia da natureza com a própria consciência humana, por um modelo de produção capaz de alimentar a humanidade, sem dilapidação dos recursos não renováveis. * A tradução literal do título deste livro em francês é As plantas doentes pelos pesticidas (Les plantes malades des pestícides). Entretanto, no Brasil, a partir da década de 1970, os pesticidas agrícolas passaram a ser chamados de agrotóxicos, denominação, sem dúvida, mais apropriada e usada na tradução original, posição seguida nesta revisão. (N. do R.) Sobre o autor e as correntes da agricultura orgânica e sustentável O biologista e agrônomo francês Francis Chaboussou, é pesquisador e ex-diretor do INRA (Institute National de la Recherche Agronomique). Em 1969, defendeu a sua tese de mestrado em Paris, sobre a “Teoria da Trofobiose”, desenvolvida ao longo deste livro, e que pode ser sintetizada pela afirmação do autor: “desequilíbrios nutricionais conduzem as pragas e doenças às plantas e animais”. Sua teoria da trofobiose influenciou o trabalho de Claude Aubert, um dos grandes difusores da agricultura biológica (Hans Peter Muller – Suíça). Surgindo quase simultaneamente a agricultura biodinâmica (Rudolf Steiner -1924 -Europa), a agricultura orgânica, ( Albert Haward -1925/ Jeome Irving Rodale – 1940 – EUA) e a agricultura natural (Mokiti Okada – 1935 – Japão), compõe junto com estas, as primeiras correntes alternativas ao modelo convencional de agricultura, contrapondo-se à introdução da prática de adubação química (Justus Von Liebig – Alemanha), que se tornou predominante na época. A partir dos anos 80, o conjunto das práticas agrícolas dessas modernas correntes alternativas passou a ser designado como agroecologia. E nos anos 90, esse conceito é ampliado, e logo se difunde como agricultura sustentável. Conforme recente estudo**, as várias correntes que hoje integram o que se entende por agricultura orgânica (biodinâmica, biológica, natural, permacultura, ecológica, agroecológica, regenerativa e em alguns casos, a agricultura sustentável), têm em comum a busca de um sistema de produção sustentável no tempo e no espaço, mediante o manejo e a proteção dos recursos naturais, sem a utilização de produtos químicos agressivos à saúde humana e ao meio ambiente, mantendo o incremento da fertilidade e a vida dos solos, a diversidade biológica e respeitando a integridade cultural dos agricultores. ** DALROT, Moacir Roberto. As Principais Correntes do Movimento Orgânico e suas particularidades. http://www.planetaorganico.com.br/trabdurolt.htm Dalrot é doutor em meio ambiente, pesquisador do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR).