Sem Terra voltam a ter água em ocupação em Pernambuco

O juiz substituto da 8° Vara Federal de Petrolina determinou na última sexta-feira, 27, que a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) mantenha o abastecimento de água para as 2.500 famílias Sem Terra acampadas no Projeto Pontal Sul, sob pena de punição dos diretores da companhia.

A área foi ocupada pelo MST no último dia 14. Desde então, o diretor de Desenvolvimento da Codevasf, Clementino Coelho, determinou o desligamento das bombas que forneciam água ao canal, deixando as famílias sem água. Depois de reunião de negociação entre Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), a Codevasf, Governo do Estado, CHESF e MST, ficou acertado que, enquanto as bombas não fossem religadas, a Codevasf forneceria água aos acampados com carros pipa.

No entanto, no dia 24, o diretor da Codevasf determinou, por meio de comunicado oficial, a suspensão do fornecimento de água ao acampamento com o objetivo de enfraquecer o acampamento e “operacionalizar a utilização do aparato policial” para a realização do despejo. Em protesto ao corte do abastecimento, no dia 25, as 2.500 famílias bloquearam a BR 428.

Com a liminar, a Codevasf fica impedida de se utilizar desse instrumento de pressão contra as famílias acampadas. A medida judicial entende que privar as famílias de água potável é uma violação aos direitos fundamentais dessas famílias.

Esse mesmo juiz determinou, no ultimo dia 23, a reintegração de posse do Projeto Pontal Sul. Na próxima quarta-feira, dia 2, haverá uma reunião de negociação em Brasília entre MST, Incra e Codevasf. Até lá qualquer ação de despejo na área está suspensa.