Trabalhadores Sem Terra protestam no Rio Grande do Sul

Trabalhadores rurais Sem Terra realizam protestos em São Gabriel, Santana do Livramento e Pelotas contra o atual modelo econômico adotado no país. Os trabalhadores reivindicam a Reforma Agrária e adoção de um modelo de desenvolvimento agrário que priorize os pequenos agricultores e não o agronegócio.

Em São Gabriel, as 250 trabalhadores Sem Terra acampados às margens da RS 630, a 1 km da Fazenda Southall, seguem o plantio de trigo na estrada em frente à área. Essa é a terceira vez na semana que os trabalhadores fazem manifestação em frente à Fazenda para pressionar pela desapropriação da área.

Em Santana do Livramento, sindicalistas, trabalhadores rurais e urbanos denunciam o possível fechamento do Hospital da Santa Casa por falta de recursos. No município, cerca de 150 assentados marcham em direção ao centro e entregam suas reivindicações nas agências do Banrisul e do Banco do Brasil e depois se juntam aos outros protestos.

Jocerlei dos Santos, assentada em Santana do Livramento, afirma que os agricultores sofrem muito com a concentração do setor nas mãos das multinacionais e com o pouco apoio do governo à agricultura familiar. Os camponeses reivindicam às agências o prolongamento das dívidas e a desburocratização do acesso aos programas de crédito.

Ela reclama da política dos governos federal e estadual, que priorizam o agronegócio. “Para os pobres, na verdade, ele só leva a destruir a agricultura camponesa. Para os pobres não traz benefício nenhum, porque esse modelo só beneficia as grandes empresas do agronegócio. E também não traz nenhum benefício para os trabalhadores, tanto do campo como da cidade, isso traz desemprego e miséria”, diz.

Em Pelotas, os Sem Terra participam das mobilizações dos trabalhadores, que começou na madrugada desta quarta-feira, com a paralisação do transporte público da região. Os trabalhadores também organizarão uma marcha pela avenida Bento Gonçalves, até a prefeitura, onde houve um ato no final da manhã.

Para o MST, o atual modelo econômico, por ser baseado no agronegócio e na monocultura, gera concentração de terra. Atualmente, no Rio Grande do Sul, existem cerca de 2.000 famílias acampadas em beiras de estrada sem ter onde morar e trabalhar. Os Sem Terra reivindicam a desapropriações de latifúndios nos municípios de São Gabriel, Coqueiros do Sul, Nova Santa Rita e Pedro Osório.