Ato no Pontal homenageou trabalhador morto em usina

José Aparecido da Conceição vivia no acampamento Chico Mendes, ligado ao MST, no município de Rosana, Pontal do Paranapanema (PR). O trabalhador morreu na última terça, 22 de maio, em plena jornada de trabalho na usina Santa Terezinha, no Paraná. É mais um trabalhador que morre por exaustão no corte de cana-de-açúcar.

Na quarta-feira, dia 23, os trabalhadores Sem Terra do Pontal do Paranapanema, em conjunto com o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, aproveitaram a Jornada Nacional de lutas e organizaram um protesto que fechou a rodovia Arlindo Bettio, que liga Teodoro Sampaio a Euclides da Cunha. A ação culminou com a paralisação de mais de mil trabalhadores da usina Alcídia.

Exploração

O agronegócio oferece os menores salários do país, abusa dos camponeses e usa até trabalhadores em situação de escravidão. De acordo com pesquisa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a média salarial de homens e mulheres no campo é de R$ 323,00 e R$ 128,00, respectivamente. Nos centros urbanos, R$ 699,00 e R$ 364,00.

Na região de Ribeirão Preto, entre 2004 e 2006, segundo dados da Pastoral dos Migrantes e do Ministério Público do Trabalho, morreram 17 cortadores de cana pelo trabalho excessivo em canaviais. Só esse ano, morreram dois trabalhadores.

Segundo levantamento da Rede Social, no Estado de São Paulo, em 2006, das 76 usinas de cana fiscalizadas, 74 foram autuadas por desrespeito a legislação trabalhista. Além disso, seis foram autuadas por uso de trabalhadores em regime de escravidão.