Marcha pela educação toma centro de Porto Alegre

Mais de 40 entidades de educação e do campo e pastorais sociais marcham, nesta quarta, dia 22, pelo centro de Porto Alegre em defesa da educação pública. A atividade integra a Jornada Nacional em Defesa da Educação Pública, que iniciou nesta segunda e segue até o final da semana em todo o
país.

A concentração da marcha gaúcha será às 10h, em dois locais: na Praça Argentina, ao lado da Santa Casa, e em frente ao prédio do CPERS Sindicato, na avenida Alberto Bins, na Capital. Os professores, estudantes e militantes seguem em caminhada até o Palácio Piratini, onde realizam um
ato público.

As entidades reivindicam o investimento de no mínimo 7% do PIB brasileiro na educação, mais autonomia para as universidades, realização de concurso público para professores e técnicos e controle da expansão do ensino superior privado, entre outros. Especificamente no Rio Grande do Sul, as organizações criticam o desmonte da escola pública promovido pelo governo
de Yeda Crusius, por meio do corte de verbas, não-realização de concurso, falta de transporte escolar e enturmações.

Gleisa Campigotto, integrante da Via Campesina, relata que a educação no país está à beira do caos, principalmente nas áreas rurais, onde os investimentos são ainda menores. “Os camponeses ainda precisam sair do campo para estudar, o que aumenta o êxodo rural e diminui a perspectiva da
juventude na agricultura. Muitos jovens queriam continuar no campo, mas precisam sair para estudar. Ou não estudam”, afirma.

Segundo pesquisa realizada em 2004 a pedido do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA), 28% da população rural é analfabeta. Vinte e três por cento estão em áreas de assentamento, o que mostra a deficiência da educação no campo, já que 78% das pessoas
entrevistadas dizem que não estudam porque não existem escolas nas suas comunidades.

Jornada – Em todo o país já estão ocorrendo atividades da Jornada Nacional em Defesa da Educação Pública. Na Bahia, estudantes e movimentos sociais ocuparam a reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Em Minas Gerais, acamparam em frente à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). No Rio de Janeiro, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra (MST) ocuparam a superintendência do Incra.

Mobilizações estão marcadas para Ceará e Santa Catarina.

Organizam a marcha:
MST, Via Campesina, UNE, UBES, Andes, Conlute, CMP, CMS, CONLUTAS, CONSULTA POPULAR, CONTRAPONTO, CPT, ABONG, CÍRCULO PALMARINO, DCE/PUC-PR, DCE/UFBA, DCE/UFPR, DCE/UFSE, DCE/UNIBRASIL, DCE/Unicam, DCE USP, Educafro, Denem, Enecos, ENEF, ENEFAR, Enen/ Nutrição, Exneto/ Terapia Ocupacional, , FEAB, FEMEH, GAVIÕES DA FIEL, INTERSINDICAL, JULI-RP, LEVANTE POPULAR, MAB, MAIS-PT, MARCHA MUNDIAL DE MULHERES, MCL, MMC, MMM,
MOVIMENTO CORRENTEZA, MOVIMENTO MUDANÇA, MPA, MSU, PJR, REPED, ROMPER O
DIA, UJC, UJR, UJS, UEE. UEE-SP, Juventude Libertária – Resistência Popular (JULI-RP), Participação & Luta – Resistência Popular, Organização Socialista Libertária (OSL), Fórum do Anarquismo Organizado (FAO), ENEFI – Executiva Nacional dos Estudantes de Fisioterapia