Yeda Crusius reprime trabalhadores mais uma vez

A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), volta a tratar com repressão questões sociais como a reforma agrária e os prejuízos que as monoculturas de eucalipto, acácia e pínus estão trazendo aos pequenos agricultores gaúchos. Na quinta-feira (22/05), 600 policiais da Brigada Militar efetuaram a reintegração de posse da área da Aracruz ocupada na quarta-feira (21/05).

Os policiais, juntamente com o ouvidor da segurança Adão Paiani, executaram a revista e identificação das famílias acampadas. Como já é de praxe desde que Yeda Crusius assumiu o governo do Estado, em 2007, o responsável pela ação foi subcomandante da Brigada Militar, Paulo Mendes. Sua atuação é marcada por truculência e, na maioria das vezes, resulta em violência física.

Em um ano e meio de governo, Yeda não apresentou nenhum projeto para acelerar a reforma agrária no RS e nem para desenvolver a agricultura camponesa gaúcha. Além de não investir, Yeda ainda acabou com o Gabinete de Reforma Agrária e não determinou nenhuma área do governo para cuidar desta questão.

A governadora também estimula e dá incentivos fiscais a papeleiras, que estão tomando a região Sul gaúcha com monoculturas de pínus, eucalipto e acácia. A governadora não leva em conta, em nenhum momento, os prejuízos ambientais e nem mesmo o econômico dos pequenos agricultores que, “ilhados” nos desertos verdes, não conseguem produzir e estão deixando a região.

A própria área da Aracruz ocupada ontem é um exemplo. Anteriormente utilizada para pastoreio, foi vendida à papeleira por seu proprietário, que não via mais futuro em seguir com a pecuária, que está em baixa, diante da valorização das terras da região. Carne e leite foram substituídos pelo eucalipto.

Ocupação

Cerca de 300 agricultores, assentados e Sem Terra, integrantes do MST e do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores) ocuparam na manhã de quarta-feira (21/05) uma área da Aracruz, no 5º distrito de Canguçu (região Sul do RS). O protesto denuncia o modelo do agronegócio na região baseado na monocultura de eucalipto, pínus e acácia, que está dissolvendo as comunidades, levando os camponeses para a cidade e prejudicando o meio ambiente.